terça-feira, 18 de agosto de 2015

Na saúde e na doença...


Amar e ser amada, tudo na minha vida se resume a estas duas forças da mesma fonte. Amo a minha família, os meus amigos, a minha vida! Porque não sou saudável, porque entre outras coisas sofro vincadamente de perturbação bipolar, e porque não estou numa boa fase, deixo aqui uma ode ao meu Mais-que-tudo!
Certo dia, quando descobri o homem da minha vida, tive de desvendar o mistério da caixinha dos medicamentos. Não foi de ânimo leve que se digeriu a notícia. O passar dos tempos veio provar que a notícia foi muito digerida, maturada e aceite.

Casei-me profundamente apaixonada. Posso mesmo dizer que foi o dia mais feliz da minha vida. Não fosse ele não teria tido a alegria de ter o Martim. Foi o R. que me deu este Filho maravilhoso que temos. Não casei numa cerimónia religiosa, tal não faria sentido, sou agnóstica de alma e coração. Amo o meu passado, aqueles que olham por mim, e os meus antepassados constituem a minha crença...
Nunca cheguei a dizer em voz alta que o tomava como Marido na saúde e na doença, ele tão pouco. Mas ambos tínhamos isso em mente quando, perante a República Portuguesa, dissemos o sim, e enlaçámos indelevelmente as nossas vidas. Celebrámos com entes querido e amigos que testemunharam o nosso amor e toda a nossa paixão. Foi uma festa alegre e sentida com muita intensidade desde o primeiro segundo. A aliança, de forma bem tradicional, escorregou no dedo, e ainda está e estará, até que a morte nos separe...

Os anos passaram, a vida continuou rotineira, com altos e baixos, hoje com altos e quase nenhuns baixos, e o R. tem-me acompanhado em todos os momentos. Tem aparado cada lágrima de saudade que volta e meia choro pelos que perdi. Cada lágrima que brota das minhas entranhas quando caio desesperadamente na minha cama doente de corpo e de alma.
Na saúde e na doença, tenho tido o melhor Marido que qualquer pode ter. Partilhamos a felicidade, o infortúnio e as dificuldades financeiras. Acima de tudo partilhamos uma vida que já não é só minha, é de ambos. Pois a vida sem ele não faria qualquer sentido.

Sei que um dia, um de nós irá partir. Partir para uma outra vida em que sei que nunca deixarei de te amar. Até essa altura serei tua de corpo e alma. A alma que outrora era só minha, é agora dividida contigo. Duas almas gémeas, um rebento, que mais posso querer desta vida?
Presto-te uma homenagem sentida, meu amor, porque sei que estarás sempre comigo, na saúde e na doença....

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