segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Dias sombrios


Há cerca de uma semana anunciava aqui que o blog viria hoje com uma cara nova. Fiz de facto pequenas alterações que não são muito vistosas, mas atingi os meus objetivos. Era meu intuito esquematizar as páginas de uma maneira mais intuitiva, por forma a facilitar a leitura dos temas. Quanto a isso consegui o que queria. Se está bem ou mal, apenas quem me segue poderá avaliar.
Durante a semana passada, como em todas as outras, segui o meu horário. Acordei de madrugada, fiz exercício, fui para a biblioteca, etc.. No entanto, foi tarefa titânica ter sobrevivido a estes últimos dias sem perder o control da minha sanidade. A verdade é que a cabeça tem estado a pregar-me das suas partidas e as alucinações e outras sensações psicóticas teimam em não me abandonar. Desde que fui mãe, esta faceta da doença agudizou-se bastante. Eu sabia, o médico havia-me prevenido que a gravidez exageraria muito o meu estado de saúde. Mas eu não me importei, nem me importo. Ter o M. na minha vida é a coisas mais importante para mim. Não escondo, no entanto, o desnorteio que todas estas sensações estranhas me provocam.
Não sou carpideira, não gosto de me lamentar, mas nestas alturas amaldiçoo ter nascido com esta maleita que não se vê e me arrasa por completo. Quem me conhece e me acompanha de há longos anos, sabe o que tenho sofrido por ter nascido Bipolar. Não falo apenas de depressões tão grandes ao ponto de mal saber o meu nome, de mal me conseguir mexer, falo também de me sentir nesta vida como num barco à deriva, sendo que às vezes sei o que quero e o que fazer para o conseguir e outras completamente desnorteada, sem forças para me mexer. O estômago revolve-se-me e sacode-me o corpo em vómitos violentos. É nestes dias que a única coisa que corre bem é a dieta, pois não consigo reter nada do que como, o pouco que consigo comer, aliás! Apesar dos milhares de sintomas físicos da doença, o que mais sofre é a funcionalidade do dia-a-dia. Uma completa incapacidade comunicacional com o mundo exterior apodera-se de mim, isolando-me socialmente. Poderia tentar descrever um sem número de características das pequenas psicoses com que me debato nestes dias mais sombrios, mas não é o lugar para o fazer.
Aqui, quero essencialmente transpor para palavras a impotência que sinto face à vida. Tentei fazer do impossível, possível, até ao limite das minhas forças tentei cumprir com os meus objetivos diários até ter acabado por sucumbir ao cansaço físico e mental. É assim, a sentir-me de rastos e com pouca destreza para tocar nas teclas, que tento cumprir com as minhas promessas e ressurge aqui o blog com cara renovada em dias mais sombrios...

domingo, 8 de janeiro de 2017

Alterações


Durante a próxima semana estarei a fazer ligeiras alterações no blog que, aparecerá de cara renovada daqui a uma semana. Até lá estará tudo um pouco confuso. A mudança deu-se essencialmente devido ao facto de já ter muitas páginas publicadas e de ser necessário reorganizá-las.
Até breve, com nova feição!

sábado, 7 de janeiro de 2017

Redefinindo Prioridades


Imagem retirada da internet
 
Em várias frentes, perdem-se guerras e o mesmo se tem passado comigo! Quando tento controlar muitas coisas, mais estas me fogem das mãos. Com o final do ano que passou, chegou a altura de deitar contas à vida e rever 2016 para que 2017 seja melhor.
 
Sou daquelas que faz a lista das Resoluções de Ano Novo. Passei em revista a minha de 2016 e fiquei satisfeita por ter riscado coisas importantes. Naturalmente que muitas outras ficaram por concretizar. Mas como diz a minha Mãe, ter riscado pelo menos uma, já não foi nada mau!
 
A cada novo ano, à semelhança de milhões de pessoas, procuro fazer mudanças na minha vida. Acredito veemente que a mudança na vida é necessária. Ela é sinal de evolução, maturidade e reflexão. Gosto particularmente de reformular estratégias para afinar pontos fracos. Este mês será de experiências novas. Bem sei que ainda estamos a dia 7 de Janeiro, mas há que ter confiança e acreditar que posso continuar com o ritmo que tenho estado a seguir desde o dia 2.
 
 
Voltando ao assunto das resoluções de ano novo, parece-me oportuno verbalizar e partilhar algumas ideias:
 
- A vida, economicamente, está cada vez mais complicada. Dou por mim a esticar o mais que posso e, ainda assim, existem alturas em que não consigo deixar de desanimar, o que vai literalmente contra os meus princípios (chorar sobre a falta de dinheiro!). Assim estou a tentar novas estratégias de poupança que, não me permitem açambarcar, mas permitem-me sobreviver. Oportunamente darei conta da ginástica orçamental que estou a tentar fazer.
 
- Novamente a questão do excesso de peso impera. Tem sido uma luta deveras complicada de travar. Quando dou dois passos para a frente, logo em seguida dou quatro para trás! Não tem sido nada fácil esta jornada, pelo que consta da lista de prioridades para este ano. Estou a tentar controlar, essencialmente, os ataques noturnos ao frigorífico e à despensa, que são a minha perdição. Ao longo do dia, porto-me condignamente mas chegados os serões parece que tenho de comer como se não houvesse amanhã... Também é importante implementar a rotina do exercício físico. Para já tenho tentado, todos os dias à mesma hora, fazer pequenos treinos por conta própria, pois detesto ginásios. Ouvi algures que um novo hábito durava poucas semanas a tornar-se parte integrante da rotina. Por este motivo, estoicamente, às 6.15h me dirijo aos rolos da bicicleta e vou pedalar na esperança de que se torne um ato tão automático e natural como lavar os dentes!
 
- Uma outra importante resolução que tomei foi a de me propor terminar um projeto que iniciei há uns tempos. Para concretizar esse objetivo, depois de largar o M. na escola, dirijo-me à Biblioteca e por lá fico a trabalhar até à hora de almoço. Para conseguir levar a cabo esta tarefa também preciso de fazer dela um hábito. Tenho de encarar a ida à biblioteca como uma ida para o trabalho, pois ter coisas para fazer sem ter horários é propenso ao desgoverno.
 
Estes são os principais objetivos que tracei para 2017. Depois de muito pensar, apercebi-me de que tinha que me focar em muito poucas coisas para as conseguir realizar, ou seja, demasiados objetivos levariam à dispersão. Uma das coisas que considerei importante fazer foi um horário diário e um horário semanal. Desta forma rentabilizo melhor os meus dias e não perco o foco. Tenho cumprido os horários desde dia 2 de Janeiro e tenho estado muito tranquila porque sei exatamente o que fazer e quando fazer:
 
Horário semanal - contempla desde os dias a que tenho de fazer máquinas de roupa até aos compartimentos que tenho que organizar e limpar, passando pelos dias em que tenho direito a fazer uma máscara facial. Contempla-se também as horas e os dias em que tenho de estar a trabalhar no meu projeto, o dia das compras, da natação, de elaborar o menu semanal, etc.. Basicamente este mapa permite-me preparar melhor os meus dias, pois sei exatamente os compromissos que me esperam. Pode parecer meio hilariante esta ideia do horário, mas acredite-se que, para quem não trabalha fora de casa, é muito fácil entrar num esquema de inércia irreversível. Esta tabela transmite-me segurança e oferece-me a certeza de que o dia será tranquilo e devidamente organizado. Este horário não foi uma novidade na minha vida, simplesmente foi refeito, com base numa reflexão que me permitiu compreender aquilo que não estava a resultar.  
 
Horário diário - este, coordenado com o semanal, é como se fosse um horário de trabalho. Define-me as horas em que devo tomar as minhas refeições, tratar do miúdo, trabalhar e até tenho direito a hora de descanso diário. Até agora o saldo tem sido muito positivo e, estranhamente sinto que o meu próprio organismo agradece esta vida sem grande agitação e bastante previsível. Aqui, trabalhar, comer e descansar têm hora marcada, e isso tem-se revelado bastante confortável. Este horário foi uma novidade que tentei implementar para ver se resultava. Embora eu já tentasse controlar os tempos das atividades, acho que desta forma tem sido mais exequível. E quando é exequível causa-me maior satisfação por ver os objetivos cumpridos. Como costumo dizer, traçar metas passa por coloca-las onde nos seja possível chegar!
 
Esta experiência tem-me provado que o tempo que perdi a pensar e teorizar tudo isto já está mais que pago! Nunca tive tanto tempo para mim e para a milhentas tarefas que tenho de realizar como atualmente. A quantidade de atividade não diminuiu, simplesmente passaram a estar mais metodicamente organizadas. Tenho ganho mais tempo para os meus príncipes e nunca tive uma vida tão organizada.
 
Sou um pouco maníaca da organização, bem sei. No passado, já era organizada, mas não vejo porque não continuar a limar arestas. Acho que podemos sempre melhorar tudo o que fazemos. E é com este espírito que entrei com o pé direito em 2017. Feliz Ano Novo!!