domingo, 21 de agosto de 2016

Organização dos Alimentos


Ando em maré de dar a volta à cozinha! Já a tinha organizada, mas agora, como arranjei um novo sistema de inventário de stocks, surgiu a necessidade de rever algumas coisas por aqui.
Aproveito sempre estas grandes reviravoltas para atentar aos pormenores que, anualmente, vão sendo descurados, porque não passam disso mesmo, pequenos pormenores. Mas de quando em vez há que meter mãos à obra:
Após uma extensa pesquisa na internet acerca de organização e economia doméstica, resolvi, para além de reformular algumas estratégias (que na devida altura darei conta), começar pelo compartimento mais importante da casa, embora, quase sempre, o mais cansativo!
Há cerca de três anos e meio que os meus recursos económicos desceram drasticamente. Nos primeiros tempos tive de fazer um processo de habituação, em que por vezes cheguei a sentir algum desespero. Mas, como tudo nesta vida, é uma questão de hábito! Como quando se fecha uma porta, abre-se uma janela, também eu abri a minha e descobri um mundo novo e diferente à minha volta. Aprendi a dar menos valor a determinadas coisas, a ser muito menos consumista, a gerir uma casa com racionalidade e a distinguir o fundamental do assessório. Claro que também aprendi e continuo a aprender a cuidar de uma horta, a reconhecer árvores e plantas, como se faz o azeite, etc...
Mas não dispersemos. Em primeiro lugar fiz o inventário de todos os bens de consumo existentes na minha casa. Desde detergentes, passando por lenços de papel a terminar nos artigos de higiene e alimentos. Resumindo, dividi os bens em categorias (limpezas, alimentos secos, Mistóflas...). Já anteriormente fazia o inventário com frequência para poder elaborar a minha lista de compras e gerir as refeições. Mas desta vez, foi tudo a eito! Cheguei a conclusões animadoras que me permitirão poupar ainda mais dinheiro, espaço e tempo:

- Alguns detergentes jaziam para lá há anos (desde que comprei a casa). Isto é, não são utilizados, logo não são precisos, logo, ocupam espaço, logo podem dar-se!

- Alguns detergentes são desnecessários. Não vale a pena ter um detergente em spray outro em creme para a mesma finalidade. Na caixa dos detergentes do WC, por exemplo. vai passar a estar exclusivamente o da limpeza das loiças, o da sanita e as toalhitas de manutenção.

- Tinha para lá lixívia, que já não utilizo porque é ácido clorídrico e, ao contrário do que comummente se pensa, NÃO desinfeta (é apenas altamente TÓXICO). Para além do cheiro horrível que emana!

- Os detergentes do chão têm obrigatoriamente de ser três: Lava-tudo, especial tijoleiras e especial madeiras. À exceção do primeiro, os restantes pouco se gastam, pois as áreas são pequenas.

- Sou viciada em limpar balcões de cozinha, não dispenso o tira-gosrduras que tenho sempre à mão. Naturalmente que o limpa-vidros também não pode faltar.

- Continuo com bastantes, mas fiz a operação destralhar! Quanto aos detergentes da roupa, como mudei para as cápsulas, passei a precisar apenas do tira-nódoas e do das lãs.

Bem sei que poderia fazer em casa os meus próprios produtos de limpeza, mas opto por comprá-los porque tenho a sensação de que as coisas não ficam tão bem limpinhas. E como sou poupada na utilização dos mesmos, acabam por durar bastante. Uma das regras que tenho sempre em conta é que mais detergente não limpa mais! Por outro lado, como só sou fiel à marca do da loiça, aproveito sempre as promoções.

Agora, debrucemo-nos sobre o resto dos produtos que jazem na cozinha, assunto que aqui me trás: os alimentos.

Normalmente, os secos que utilizo com maior frequência estão em frascos. A maioria dos frascos são aproveitados de outras utilizações, que em vez de irem para o vidrão, são devidamente limpos e colocados em prateleiras. Como não tenho a sorte de ter uma casa muito espaçosa, optei por comprar poleias e prateleiras para poder fazer uma espécie de pequena dispensa. Tenho também coisas arrumadas nos armários, mas desde que instalei as prateleiras, libertei muito espaço para outras coisas. Como me deram umas etiquetas muito giras, estou à espera que a minha Mãe venha de visita para escrever com a sua mão firme e letra bonita, o conteúdo das caixas. Eu já o tinha feito, mas ficou tão feio que resolvi tirá-las para as reformular. Se há coisa para a qual não tenho jeitinho nenhum, é para fazer coisas bonitinhas!

Como tenho alguns produtos que são colocados em frascos pequenos, optei por agrupá-los em caixas, pois assim, ocupam menos espaço. Na altura em que são necessários, retiro a caixa, tiro o frasco, e volto a pô-lo no sítio. Por outro lado, na hora de limpar também é mais fácil.Assim, massas, aveias, lúcia-lima, vários tipos de arroz e outros alimentos de utilização mais frequente, estão logo ali à mão.

Dentro de um armário grande de baixo do balcão tenho duas caixas grandes: numa acomodo os pacotes abertos, noutra, os que estão fechados.

Como tenho muitas especiarias, esse foi outro problema que tive de resolver. Por sorte, a minha cozinha tem um armário superior pequeno, mesmo ao lado do lava-loiça. Aí, tenho duas caixas largas. Uma alberga os líquidos (molho inglês, etc.), outra as especiarias. É muito prático, na hora de cozinhar está sempre à mão. basta retirar a caixa, escolher, polvilhar e recolocar no armário!

A realização do inventário levou-me a uma resolução drástica! Os homens, definitivamente não sabem fazer compras! Não é que me deparei com cinco pacotes de aveia!!?? Como, muitas vezes, as compras mensais são feitas em família, o R. vai metendo coisas no carro (o que me põe fora do sério!). A partir de agora vou ser implacável! Ou vou sem penduras, ou obrigo-o a dizer-me o que precisa para eu ver se realmente está em falta. Ontem teve o desplante de me dizer que tinha de comprar aveia!!!

Inventariar também me recordou a existência de alguns secos que ficaram para lá esquecidos (farinha de alfarroba, por exemplo). Assim, vou ver aquilo que uso com pouca ou nenhuma frequência (mas que na altura comprei para fazer algo em particular), procurar e receitas e "despachar"!

Quanto aos frescos, tenho o hábito de lavar o frigorífico semanalmente (sobre a planificação da semana ver este post). Costumava ser à 5.ª feira, mas vou alterar para a segunda, que é o dia em que compro os frescos. Sou muito ciosa da ordem dentro do meu frigorífico. Não suporto ver lá dentro loiças, panelas e recipientes destapados. Para além de que, cada prateleira tem o seu tipo de alimento. A regra de ouro é que o que precisa de temperaturas mais frias, está nas prateleiras superiores.

A arca congeladora também está organizada por tipos de alimento: peixe, carne, legumes, pão e diversos (a esta categoria pertence, por exemplo o molho de tomate, ou a polpa de limão que preparo no inverno, quando há fartura de limões, para fazer gelado no verão). 

Por ora vou despejando os frascos para os ir lavando, retirando as etiquetas antigas e pô-los bonitos, porque estão à vista! Outros, pretendo substituir, pois o objetivo é ficar com as tampas todas em vermelho que é a cor predominante na cozinha).

domingo, 14 de agosto de 2016

Diário de um Ratinho de Biblioteca


Desde muito nova que gosto de ler e de aprender. Não se julgue, porém, que gosto de saber de tudo, pois há assuntos que não me interessam absolutamente nada. Tenho as minhas preferências, como toda a gente. Sociedades e Passado são, para mim, uma mistura encantadora. Por isso, na altura de ingressar no ensino superior, contra tudo e todos, optei por um curso, à partida condenado em relação ao emprego. Mas nada disso me demovia! Era jovem, sonhadora e queria ser uma mulher feliz... Achava que podia ser interessante dar aulas numa aldeia perdida no interior do País e dar continuidade aos estudos.
Ingressei na Faculdade sem grandes dificuldades. Só lamentei não ter ido parar à cidade do Porto. Gosto da cidade, tinha a Messe dos Oficiais para me alojar e achava que sentiria um vago cheiro a liberdade. Com a Cidade Universitária a 15 minutos de casa não podia concorrer primeiramente para a Capital nortenha. Tive de me conformar com Lisboa, cidade com quem sempre estive de costas voltadas...
Os anos do Curso foram conturbados. Tinha sérios problemas pessoais à mistura com profundas depressões que me empurravam para a escuridão do meu quarto durante semanas inteiras. A meio, enterrei o meu Irmão, depois disso achei que era altura de seguir em frente, acabar "num tiro" a minha formação e fazer-me à vida.
O tempo foi passando, a formação pós-graduada foi sendo realizada, conforme sempre havia desejado. A vida profissional, essa, ficou pelo caminho. Hoje em dia não a considero importante. Baixei os braços quanto a isso. Não me importo de me fartar de investigar sem receber um só tostão por isso.
Em termos monetários a vida não é folgada, mas preenche-me. Tenho um grande projeto de investigação em mãos e, recentemente, abracei outro com muito entusiasmo. Acho que não saberia viver de outra maneira.
Não era a típica croma dos livros. Pelo contrário, era a rainha da folia. Noitadas no Bairro Alto e copos, muitos copos, preencheram uma boa parte da minha vida noturna (e não só)! Aos trinta anos, sob pena do álcool me desgraçar a vida, às portas da morte do meu Pai, jurei que nunca mais haveria de beber. E consegui-o até hoje.
Comecei a namorar o meu Marido, casei, tive um Filho, mudei-me para uma casa no campo, desesperei com a falta de dinheiro, mas acabei por me habituar a ela. Mas, como há coisas que nunca mudam, hoje, mais do que nunca, adoro embrenhar-me nos meus estudos e nas minhas investigações.
Dedico os meus dias aos livros e à família. Nos livros encontro a paz interna, na família a realização pessoal. Adoro a minha vida e não conseguiria imaginá-la sem o ato de Aprender. Os assuntos que me fascinam continuam a ter o condão de me arrastar para um mundo que é só meu. Um mundo em que mergulho, qual rato de biblioteca, e compreendo, enfim, que nem todo o dinheiro do mundo compraria tudo aquilo que apreendo através dos meus mais profundos pensamentos...
 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Férias são férias!!

 

Por cá, as férias assumem contornos muito especiais e, diria mesmo, pouco tradicionais. Quando o R. tem, pelo menos oito dias, embarcamos no comboio rumo a Lisboa e daí para a Costa da Caparica. E, para mim, férias, são mesmo férias! Demito-me da esmagadora maioria das minhas funções. Relativamente à horta, lides caseiras e cuidados maternais, estou em modo off!
Tal não seria possível sem a incondicional ajuda do meu braço direito, o R.. A mim, cabe-me apenas confecionar as refeições para a minha Mãe, que não é muito amiga de estar na cozinha! Não o faço por obrigação, claro está, mas essencialmente para lhe dar a provar os meus pratos e para a poupar desse trabalho que, para ela, é bastante entediante.
À semelhança do que me acontece em qualquer outra altura do ano, tenho de estabelecer os meus horários. Não consigo viver sem os ter. Não consigo viver sem saber ao certo como vão correr os meus dias. Sim, mesmo em férias tenho de ter tudo agendado! Sim, ficar de "papo para o ar" o dia todo, tem dia e lugar marcados!
Como tenho casa onde ficar, preparo a estadia antes de lá chegar! Tenho maneira de, à distância, ter a casa em ordem, segundo as minhas instruções. Assim, chegada a casa, é só mandar Filho e Marido à casa dos outros avós, arrumar as tralhas com calma e dar início à desbunda!
As nossas férias, como mencionei, são muito pouco convencionais. Na maior parte do ano estamos sempre juntos e temos muita convivência devido aos nossos horários. Pelo que, quando partimos de férias, assumimos um compromisso em que eu descanso de tudo e o R. descansa do trabalho e desfruta os dias na companhia do Filho.
Eu, para além do que mencionei, não tenho qualquer obrigação familiar. Como hoje em dia não sou muito amiga, nem de estar na praia, nem de me expor ao sol, só vou se e quando me apetece! Não tenho obrigações sociais familiares. Combino encontros com quem quero e quer encontrar-se comigo. Não vou a almoços de cerimónia, nem tão-pouco prescindo de horas de descanso merecidas! Enfim, férias, para mim são férias!
Naturalmente que, tal não seria pacífico se o R. não compreendesse a necessidade que também eu tenho de me desligar um pouco da minha rotina habitual, para bem da minha saúde mental. Por outro lado, o facto de, ao longo do ano, termos tempo de qualidade em família faz com que me seja possível sem qualquer sentimento de culpabilidade, fazer o que bem entendo, independentemente daquilo que os meus príncipes querem fazer. Ou seja, se tenho sono às 21,00, deito-me, não vou à feira do carrossel, e pronto!! Se no dia seguinte, após a minha caminhada matinal me apetecer espojar-me no sofá a ler e não enfrentar a confusão da praia, simplesmente, espojo-me!
Também é reconfortante saber que a minha cara-metade compreende esta necessidade que tenho de me isolar para recarregar baterias.  Mais do que isso, é reconfortante saber que ele assume as rédeas dos cuidados com o pequenote, enquanto a mim, me cabe simplesmente descansar.
Férias são férias, e as minhas começam quando embarco no comboio rumo à terra Natal!
Fui...