quinta-feira, 20 de novembro de 2014

De malas aviadas!


Bem, por muito que me custe lá vou eu rumo a Lisboa! Desta feita, para completar alguma investigação para os meus trabalhecos. Como, para não variar, será visita de médico, ficarei dois dias intensivos dedicada à recolha de informação na Biblioteca Nacional. Os restantes dois, servirão para viagens de comboio e um ou outro abraço às amigas, para compensar a saudade dos 300km que nos separam.
Até aqui tudo muito bem, mas até uma visita de médico exige a sua preparação. Eu, como mulher das listas que sou, já venho fazendo a minha desde que me decidi empreender esta curta viagem, é precisamente disso que quero falar - preparar uma curta viagem de trabalho. Tal como para tudo na minha vida, necessito de alguma preparação:

- Estabelecidos os dias em que permanecerei no destino, há que começar a pensar na traquitana. Uma lista, tudo tem o seu começo na, tão útil, lista. Como não podia deixar de ser, tenho uma agenda eletrónica muito complexa, mas adaptada às minhas necessidades. E não, não sou nenhuma croma da tecnologia. Há uns tempos baixei uma agenda feminina da net. A partir de variadas opções (que eram muitas) escolhi aquela que melhor me permitia gerir os meus dias. Trata-se de um suporte muito útil, com muitas funcionalidades, entre as quais, a possibilidade de elaborar as listas (sem as quais não conseguiria viver). É aí que nada pode escapar. Normalmente elaboro-as com algum tempo de antecedência, e não o faço de uma só vez. Com muita frequência, ao longo dos dias, vou-me lembrando de mais coisas para acrescentar.

- Ter em conta o transporte é fundamental. Uma viagem de carro não é equivalente a uma feita em transportes públicos. Normalmente, para me deslocar à urbe elejo o comboio. É a forma mais económica e confortável de enfrentar o correr dos quilómetros. Não sou aquilo que se chama de uma pessoa paciente e, quanto ao tempo das viagens, tenho um grau de tolerância muito reduzido (principalmente se não vou a conduzir!). Preciso de pensar no que fazer naquelas horas, não suporto "deitar tempo fora". Por isso, na minha mala, não pode faltar o belo do livro do momento, ou mesmo, embora mais raramente porque não costumo comprar, uma revistinha. O que importa é não morrer de tédio. Não me esqueço de assuntos pendentes. Aproveito o tempo para organizar algumas coisitas. Obviamente que me refiro a coisas organizáveis em tão peculiares circunstâncias. O tipo de transporte condiciona, portanto, o tipo e o volume de bagagem.

- A elaboração da lista, como tudo, obedece a regras que, para mim são fundamentais para que não falte nada. Assim, compartimento em vários itens: roupa, acessórios, calçado,higiene necessários, material de trabalho, etc.. Na secção da roupa, há muitos anos, que uma velhota me ensinou um pequeno truque - começar pelos pés e acabar na cabeça. Como sou daquelas que não se importa de utilizar a mesma toilete em dois dias, por cada par de dias componho um conjunto (acessórios incluídos). Por norma, procuro selecionar um par de sapatos versátil e confortável (nunca prescindo do meu conforto, por mais aguda que seja a minha vaidade). Na secção de higiene, por norma, quando vou a Lisboa, não levo uma maquia de produtos, pois tenho-os em duplicado no lugar de destino. Mas de uma coisa não prescindo - da minha maquilhagem e do meu perfume. Para estas ocasiões levo um conjunto de base qeu me permita ter um ar compostinho sem ter de levar um grande arsenal. Nos necessários não pode faltar nada! É uma parcela vital da bagagem - Documentos, medicamentos, carregador do telemóvel, etc.. Quanto ao material de trabalho, esse é sempre o mesmo: estojo, computador, bloco de notas e informações importantes. Completa-se assim a preparação da bagagem.

- Como sou meio obsessiva e até mesmo bastante ansiosa, morro de pânico de perder o comboio. Vejo na net horários e preços, e,mesmo assim,telefono para a linha de apoio a confirmar.

- Providencio a forma de me deslocar: casa, comboio; comboio, destino. Boleia ou táxi, tudo depende do dinheiro que levo no bolso ou a disponibilidade de familiares ou amigos.

- Nunca me esqueço que ao,longo da estadia, há refeições para fazer. Dentro ou fora de casa, opto pelo mais económico. Se como em casa, preparo o menu, se como na rua, vou ao supermercado buscar coisas para confecionar sandes chorudas que me permitam enfrentar um dia extenuante.

- Como gosto de aproveitar o pouco tempo livre para rever algumas amizades, tento arranjar uma maneira de o fazer. Apesar dos dias serem passados numa correria, sou daquelas que, com um pouco de método, arranja tempo para fazer tudo.

Acima de tudo, procuro preparar tudo bem preparadinho e como gosto destas coisas, junto-as aos milhares de tempos felizes que a vida me proporciona!!

Boa viagem!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Enfadada da crise...



No passado Domingo, o marido fez anos, 39 para ser concreta. Para o ano já entra nos entas, enfim, dói aqui, dói ali, dói acolá...
Foi dia de neura... não que não me tivesse divertido com a família toda em casa. O R. esteve de folga, a lareira sempre a carburar, o miúdo com as birras de quem esteve o dia inteiro em casa por causa da chuva. Enfim, um dia a mais que passou... O que não passa é esta maldita desta crise troicana. 
Tenho sido muito paciente em relação a esta falta de dinheiro, mas nesse dia, bem... foi a gota de água. O bolo de aniversário foi de chocolate, feito com restos do que havia por casa e um assalto ao mealheiro para comprar 1/2 de ovos, e não, não estou a exagerar! Já para não mencionar as velas, como estão caras e até tínhamos daquelas para quando falta a luz, não nos ocorreu nada melhor do que pô-las a uso!

Por falar em luz, esta semana recebemos uma visitinha dos edp's, imaginem para quê? Cortar a luz! Mas uma mãe faz de tudo para proteger a cria - perdi a vergonha e implorei pelo bem-estar do meu Filho, apelando à piedade dos técnicos. Fiz a minha cara mais lamechenta e consegui um adiamentozito!!

Infelizmente não nos quedamos por aqui - pode dizer-se que à fome não morremos! No entanto, andamos a feijão, couve e batata. Não é que nos faça mal, nos anos trinta ter qualquer um destes ingredientes numa mesa seria um luxo para muito boa gente! Não é isso que me incomoda, embora o bichinho da fome me visite de noite e os assaltos noturnos ao frigorífico façam parte do passado! Normalmente, entre a 6.ª feira e o Domingo planeio as refeições para a semana que se segue. Ultimamente, confesso que a imaginação me tem faltado para engendrar pratos à base de batata (a fartura cá de casa)!

Certa vez, quando os tempos eram bons, ou melhor, quando era rica e não sabia, estava eu em Amesterdão e vi uma dos quadros mais bonitos e marcantes que alguma vez vira - «Os comedores de batatas» de Vincent Van Gog. Há coisas realmente muito estranhas nesta vida. Não há coincidências, dizem as mentes mais crentes. Mal sabia eu, na altura, que um dia, eu mesma me transformaria em comedora de batatas!   

E assim vou andando neste enfado de me ver já um pouco enfadada da crise...