domingo, 29 de novembro de 2015

Objetivos mensais

Imagem retirada da internet
 
 

Prezo-me de ser uma pessoa minimamente organizada. Rejo-me por objetivos, sempre assim foi. Quando ainda muito jovem, sabia o que queria do futuro. Pese embora os devaneios aventureiros inerentes a essa mesma juventude, em linhas tortuosas, fui traçando o meu destino. Hoje, já quase na casa da quarta década de vida, sou merecedora de uma vida pacata, sem grandes sobressaltos e repleta de amor. Ainda assim, há-que delinear objetivos para o futuro. Só assim, o viver faz sentido...
Com um filho para criar, sem saber o que o amanhã lhe reserva, não me preocupo muito com planos a longo prazo. Ao invés, o planeamento das semanas e dos meses, são pequenos nadas que fazem a diferença na orgânica da minha vida diária.
Odeio imprevistos, embora tenha que lidar com eles com certa frequência. Há sempre qualquer coisa que nos vem estragar alguns planos. Mas isso é apenas fonte do stress, e as estratégias de Coping a funcionar. Nada de preocupante.
Semanalmente formulo tarefas a desempenhar e objetivos diários. Na lista dos objetivos diários apenas me cinjo àquela que vai ser a atividade mais importante do dia, e que, se tudo correr bem, é aí que se focalizará o maior dispêndio de energias.
Aqui, não me vou referir a esses planos do imediato. Há poucos anos, resolvi formular uma lista por cada mês onde constariam desejos que se concretizariam, ou não, nesse mês.
Ao longo do tempo fui aperfeiçoando o conteúdo da lista, até a tornar pragmática, realizável e realista:
 
- Inicialmente, a pouca experiência levou-me a concluir que teria de ser menos ambiciosa, sob pena de não ser concretizável, e, consequentemente, me causar uma certa frustração.
 
- Determinados pontos vão-se repetindo ao longo dos meses. Gosto muito de ler, é um hobby que me preenche e acalenta a alma. Normalmente não dispenso a leitura de um livro por mês. Este ponto consta sistematicamente da minha lista. Findado o tempo, tenho ter lido pelo menos um. Se este não for uma matéria dada como realizada nesse mês, significa que as forças me faltaram ou que o tempo escasseou. É, portanto, um problema a resolver e sobre o qual tenho de dedicar alguma reflexão.
 
- O peso (a minha luta inglória contra este inimigo), também tem que estar estipulado. Normalmente estabeleço metas muito pouco ambiciosas, pois é um fim que é muito custoso de atingir. Chego a traçar meros gramas! Semanalmente peso-me para poder estabelecer uma nova meta no mês seguinte. Este ponto da lista é um dos mais difíceis de atingir, pese embora o esforço crasso que lhe dedico.
 
- Como tenho vários projetos pessoais entre mãos, procuro dar mais ênfase a uns do que a outros. Por norma, alterno-os. Desta forma acabo por me dedicar mais seriamente a eles. Sem este método, correria o risco de passar a vida a saltar de uns para os outros diariamente.
 
- Este mês, como é o da quadra natalícia, os objetivos têm de ir de encontro às características adequadas. Por exemplo, a questão do peso. Por muito que me custe, tenho de ser realista!
 
- De uns meses para os outros, vou arquivando as listas para ter maior noção daquilo que não está a correr bem. Desta forma permito-me ir aperfeiçoando o seu conteúdo e exequibilidade.
 
 
- Ser realista é a palavra-chave. E foco é a força que me move!!
 
 

sábado, 21 de novembro de 2015

Outra vez!

Imagem retirada da internet

A vida de uma Bipolar não é para meninas! É muito difícil viver com uma maleita que não se vê e só se sente. De aparência completamente normal, trago comigo um distúrbio puramente mental. As dificuldades cognitivas falham, o corpo teima em não se conseguir mexer e os dias de sol transformam-se em dias de trovoada... Uma descompensação mental assola-me o corpo e a alma e mata-me para o mundo!

Mas, adiante... volto ao fim de bastante tempo, já refeita de mais uma crise, mas sem grandes ideias de temas para partilhar. Escrever estas palavras é um começo pequenino de uma alma que renasce e procura, de novo, a sua normalidade.

Neste reencontro com a realidade, procuro pôr a cabeça em ordem, retomando, lentamente, as minhas atividades rotineiras, os meus objetivos, os meus horários, os meus hobbies, etc..

Em termos práticos:

- Gradualmente, à medida que me vou sentindo melhor, tento sair à rua para comunicar com pessoas e me ir habituando ao contato social;

- Normalmente nas crises, durmo demasiado. Para retomar os  meus hábitos usuais, tenho de acionar o despertador para cada vez mais cedo, até me habituar;

- Procuro abandonar o hábito de ir dormindo durante o dia;

- Começo a desempenhar pequenas tarefas até assumir o seu total controle (tratar da casa, por exemplo);

- Apanho o mais possível de ar puro para me sentir revigorada;

- Retomo a prática de desporto;

- Faço um exercício introspetivo de forma a estabelecer novas metas para a minha vida. Penso no que não estava a correr como desejado antes de adoecer, e aproveito para me reorganizar mentalmente;

O importante é auto convencer-me de que foi mais uma crise e que já passou. Sei que inevitavelmente um dia, mais cedo ou mais tarde, ela voltará. Por isso, resta-me aproveitar cada segundo saudável que passa. Há gente que não tem a sorte de ter interrupções nas suas doenças. Posso dar-me por felizarda, pois apesar de me debater com várias crises por ano, restam-me momentos muito felizes em que transpiro saúde e energia!