terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Reveillons


Imagem retirada da internet
 
 
Embora me considere uma ex-foliona, não sou especialmente fã da festa da Passagem de Ano. Para ser franca, nunca fui! Passei uma grande parte destas festas com o meu Irmão que, quem me segue, sabe que já partiu. Acho que me trás recordações da adolescência, em que nos divertíamos a contar os minutos para a meia-noite e dançávamos e bebíamos a noite inteira! As primeiras saídas à noite, as primeiras peripécias noturnas no Bairro Alto e no antigo Brahms, discoteca história da Costa da Caparica. Tudo restos de um passado, se não cheio de glória, pelo menos com a satisfação de ter sido bem vivido!
Atualmente, não é inédito terem de me acordar por adormecer no sofá antes da meia-noite. Habituei-me a uma vida bastante rotineira. Ao contrário da azáfama do Natal, nada acontece aqui por casa no dia 31 de Dezembro. Em parte porque nunca promovi nada, em parte porque tenho uma criança pequena a quem este evento nada diz.
Por seu turno a passagem de ano sempre teve um efeito de certo modo perverso em mim. Recordo, desde tempos imemoriais acordar no dia 1 de janeiro com uma péssima sensação de fim de ciclo. Mais do que uma péssima sensação, direi mesmo deprimente.´
Há coisas estranhas nesta vida. Uma delas foi o facto de ter chorado de tristeza na passagem de ano de 1999 para 2000 como se algo de muito mau se tivesse apoderado de mim. O certo é que o ano 2000 terá sido o mais aziágo da minha vida. O meu Irmão morreu! No fundo, sempre soube que o ano 2000 iria trazer uma enorme desgraça sobre mim e sobre a minha família. Parecem histórias retiradas de filmes, mas não são. Este sentimento existiu e efetivou-se.
Antes de estar com o R., sempre fui muito desligada dos namorados que tive. Não era raro não passar esta noite com eles, coisa que muito os desiludia e chegou mesmo a ser motivo de discórdia (que eu alias nunca fomentei). A verdade é que esta festa pouco ou nenhum significado já tinha para mim quando essas coisas foram sucedendo. Mas, curiosamente, a minha Alma Gémea nutre o mesmo sentimento que eu por este dia, embora por motivos diferentes. Assim, como se costuma dizer - Só se estraga uma família!


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