domingo, 24 de agosto de 2014

Desaparecida em combate!

De Junho a Agosto estive em combate... um combate que travei contra a mim mesma... Passo a explicar:
Como já tenho referido sem pudores, sofro de perturbação bipolar. Existem dois tipos, a I e a II. A minha é a II, ou seja, travo periodicamente batalhas contra depressões endógenas relativamente profundas. Eu digo relativamente, porque estou medicada, o que faz com que as crises possam ser combatidas com fármacos.

Assim se explica o meu desaparecimento do mapa ao longo de dois meses. Por norma sou vivaça quando não viro zombie.

Deveria ter experiência destas coisas e não me deixar abater tanto, enfim, gostaria que assim fosse. A verdade é que não me é possível controlar tal estado de alma. Quando entramos em depressão por um motivo qualquer, podemos tentar resolver o problema e combater aquilo que nos perturba. Porém, quando tudo está bem e só nos falta a sarna para nos coçarmos, não nos é possível compreender porque motivo perdemos a razão da vida. Não há mal que queiramos combater, não há força para combater um inimigo que não se vê, mas que sabemos que existe. Não compreendemos por que motivo o nosso cérebro nos deixa tão de rastos. Maldita serotonina que vagueia pela minha cabeça desnorteada!
Felizmente, não há mal que sempre dure e agora estou recomposta e pronta para a próxima, mas sempre desejando que isso aconteça daqui a muito....muito tempo. E digo próxima, porque sei que ela vai acontecer e que eu tenho de estar preparada para pedir ajuda.

Com um longo CV de depressões, vou deixar aqui algumas coisas que aprendi a aprender:

- A depressão é uma doença grave;

- Ao primeiro sinal não pode haver inibições, é necessário entrar em ação, e pedir ajuda;

- Não se pode deixar a família à parte deste problema.

- Chorar é preciso, não cura, mas pode aliviar as dores no peito (nisto sou mais uma teórica do que uma prática, hoje em dia poucas lágrimas me permito verter. Porquê? Não sei lá muito bem!)

- Não me posso deixar levar pela sensação de inutilidade. Tenho de partilhar com a família a ideia de que isto é uma fase que vai passar. Passa sempre...

Claro que estes passos tive de aprender à custa de muito sofrimento, auto-incompreensão e, por vezes, auto-destrutividade. Não é coisa que aconteça com ligeireza. Conhecer e consciencializar o mal é meio caminho andado para a cura.

E assim vivi mais um combate desta guerra que é a vida, não a que escolhi, mas a que me calhou...

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