segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Resoluções de Ano Novo

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Ano Novo, Vida Nova! São palavras que vagueiam pela boca do mundo, nesta altura do ano. Como não poderia deixar de ser, também eu, surjo cheia de intenções, projetos, desejos e afins!!
Este ano, para além dos objetivos mensais que continuamente me imponho, empenhar-me-ei unicamente em três grandes projetos. Cada vez mais acredito e tenho experienciado que quando se estabelecem muitas metas, a maioria fica pelo caminho. Em 2017 espero ter conquistado estas pequenas grandes metas que, acredito, revolucionarão a minha vida!!
O balanço do ano velho não foi mau, mas como em tudo na vida, poderia ter sido melhor. Relativamente a umas coisas fracassei, noutras evolui e noutras tantas me embrenhei intensamente. A grande vitória foi, sem dúvida a abstenção tabágica ao longo do ano inteiro!
Nesta última semana de Dezembro, tenho refletido muito naquilo que quero realmente que aconteça no ano vindouro. Desejo muito terminar o ano que se avizinha com três grandes vitórias. Se assim será ou não, dependerá muito da minha determinação, da minha força e quiçá de alguma sorte para que os ventos me corram de feição.

Agora, aspetos práticos do dia-a-dia:

- A minha velhinha casa de granito, aos poucos, vai-se compondo. Ao longo dos anos que passaram desde que aqui me instalei, a habitação foi sofrendo as alterações necessárias a uma vida mais funcional. Mas muito, ainda, está por fazer. Assim, fiz uma lista de tudo o que irá ser preciso para terminar esta fase de instalação na serra. Dividi a lista em compartimentos. Para cada um determinei exatamente aquilo que tenho a modificar, remodelar ou acrescentar. A cada compartimento destinei um determinado mês.

- Relativamente aos horários, confesso que ando preocupada. Por motivos de saúde, ando muito sonolenta. Temo que isso venha perturbar a minha produtividade. Este é um problema a solucionar, sem dúvida!!! Embora sem solução à vista, vou procurar ser paciente e menos exigente comigo mesma, sob pena de me vir a sentir frustrada. Bem sei que se trata de um exercício mental de muita complexidades, mas... não há impossíveis!

- O exercício físico foi sendo feito faseadamente. Ora era assídua, ora ocasional e, para quem quer emagrecer, não há lugar para descurar o desporto! Farei um esforço crasso para manter este hábito. Tenho, acima de tudo, que me mentalizar e interiorizar a ideia fixa de que sem o exercício nunca alcançarei o meu grande objetivo de perder quilos! Foco, foco, muito foco!!

- Este ano, apesar dos esforços para ser organizada, terei de limar algumas arestas. As lides da casa ocupam-me muito tempo. Como este ano vou ter de me desdobrar em dois projetos de alguma envergadura, terei de me reorganizar para manter tudo em ordem com menos dispêndio de tempo. Para tal, tenho estado a pensar em quadros de tarefas exequíveis e compatíveis com as outras atividades. Provavelmente, só a partir de alguma reflexão e tentativa-erro, chegarei a algumas conclusões. Concluindo, terei de reformular a forma como me organizo.

- A alimentação tem sido um problema desde há uns tempos a esta parte. O R., depois de muito pesquisar, fez-me um plano alimentar. Já o adaptei e colei na porta do frigorífico, o qual complemento com os menus semanais. Estou determinada a seguir o plano, para que daqui a um ano, possa dizer que perdi o peso que me propus perder.

- Por último, mas o mais difícil, mais um ano que passará, mais umas crises que terei de enfrentar (assim é há muitos e longos anos). Nos intervalos, tentarei dar o melhor de mim, e apoiar-me na família de forma a que os períodos de descompensação não sejam tão soturnos...
 


domingo, 6 de dezembro de 2015

A Vida sem Natal


Quadra Natalícia é sinónimo de agitação, alegria, comida boa, estrelinhas, luzinhas, prendas e, acima, de tudo é uma época de confraternização com a família. Adoro esta época do ano!
Da infância trago comigo a imagem de uma grande azáfama em volta da elaboração do presépio, que até metia a corrida ao musgo na Serra de Sintra.
Jamais poderei esquecer as horas infindáveis, esperando a chegada do Pai Natal, que passei com o meu saudoso Pai, a jogar ao Rapa (a feijões ou rebuçados, claro está!).
Por norma, nós os dois eramos os mais entusiasmados nos preparativos. A árvore ficava toda camuflada de fitas, bolas e muitas, mas mesmo muitas luzes. Depois de feita junto à janela, rumávamos à rua, para ver a nossa obre cintilante.
Sempre gostei de tudo o que tinha sabor a festa. Aquando da minha meninice e já jovem adulta esperava impacientemente pelo próximo Natal. Esta quadra era até assinalada com os odores do ar. E quantas vezes, ainda hoje, sinto o aroma do Natal pelas ruas!!
Aos 22 anos, por vicissitudes da vida, a minha casa deixou de ser invadida pela quadra, e deu lugar a um profundo vazio. Um vazio demasiado pesado para ser descrito em palavras. A mesa, em torno da qual se reunia a família, ficou com um lugar vazio.
Assim se iniciaram 12 longos anos sem Natal...
Diz o povo que quando algo nos falta é que lhe sentimos a falta, não posso estar mais de acordo. A vida não nos dá garantias. O que hoje é certo, amanhã, ou não fará sentido ou deixa de o ser. Dar por certo sentar a família à mesa, para sempre,é uma miragem. Tudo se acaba, tudo tem um fim. 
Por tudo isto e muito mais, vivo esta quadra com muita intensidade. Sabendo-me mais pobre sem Pai e sem Irmão, devo-lhes a reconquista do Natal. Onde quer que estejam, estarão por certo a partilhar da minha alegria.
É preciso continuar, o tempo não se cristalizará. Hoje, sabendo que nunca mais voltarei a usufruir com eles esta época do ano, resta-me passar para o meu Filho o legado que o Avô Zé tem para dar ao neto, que nunca chegou a conhecer. Proporcionarei ao meu Filho a alegria desta quadra. Haja o que houver não o privarei dos Natais vindouros. 
Sempre compreendi a resolução dos meus Pais. Nada se deve igualar ao luto por um filho. Mas, para mim, confesso, que me deixou uma marca indelével ter tido uma vida sem Natal...



domingo, 29 de novembro de 2015

Objetivos mensais

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Prezo-me de ser uma pessoa minimamente organizada. Rejo-me por objetivos, sempre assim foi. Quando ainda muito jovem, sabia o que queria do futuro. Pese embora os devaneios aventureiros inerentes a essa mesma juventude, em linhas tortuosas, fui traçando o meu destino. Hoje, já quase na casa da quarta década de vida, sou merecedora de uma vida pacata, sem grandes sobressaltos e repleta de amor. Ainda assim, há-que delinear objetivos para o futuro. Só assim, o viver faz sentido...
Com um filho para criar, sem saber o que o amanhã lhe reserva, não me preocupo muito com planos a longo prazo. Ao invés, o planeamento das semanas e dos meses, são pequenos nadas que fazem a diferença na orgânica da minha vida diária.
Odeio imprevistos, embora tenha que lidar com eles com certa frequência. Há sempre qualquer coisa que nos vem estragar alguns planos. Mas isso é apenas fonte do stress, e as estratégias de Coping a funcionar. Nada de preocupante.
Semanalmente formulo tarefas a desempenhar e objetivos diários. Na lista dos objetivos diários apenas me cinjo àquela que vai ser a atividade mais importante do dia, e que, se tudo correr bem, é aí que se focalizará o maior dispêndio de energias.
Aqui, não me vou referir a esses planos do imediato. Há poucos anos, resolvi formular uma lista por cada mês onde constariam desejos que se concretizariam, ou não, nesse mês.
Ao longo do tempo fui aperfeiçoando o conteúdo da lista, até a tornar pragmática, realizável e realista:
 
- Inicialmente, a pouca experiência levou-me a concluir que teria de ser menos ambiciosa, sob pena de não ser concretizável, e, consequentemente, me causar uma certa frustração.
 
- Determinados pontos vão-se repetindo ao longo dos meses. Gosto muito de ler, é um hobby que me preenche e acalenta a alma. Normalmente não dispenso a leitura de um livro por mês. Este ponto consta sistematicamente da minha lista. Findado o tempo, tenho ter lido pelo menos um. Se este não for uma matéria dada como realizada nesse mês, significa que as forças me faltaram ou que o tempo escasseou. É, portanto, um problema a resolver e sobre o qual tenho de dedicar alguma reflexão.
 
- O peso (a minha luta inglória contra este inimigo), também tem que estar estipulado. Normalmente estabeleço metas muito pouco ambiciosas, pois é um fim que é muito custoso de atingir. Chego a traçar meros gramas! Semanalmente peso-me para poder estabelecer uma nova meta no mês seguinte. Este ponto da lista é um dos mais difíceis de atingir, pese embora o esforço crasso que lhe dedico.
 
- Como tenho vários projetos pessoais entre mãos, procuro dar mais ênfase a uns do que a outros. Por norma, alterno-os. Desta forma acabo por me dedicar mais seriamente a eles. Sem este método, correria o risco de passar a vida a saltar de uns para os outros diariamente.
 
- Este mês, como é o da quadra natalícia, os objetivos têm de ir de encontro às características adequadas. Por exemplo, a questão do peso. Por muito que me custe, tenho de ser realista!
 
- De uns meses para os outros, vou arquivando as listas para ter maior noção daquilo que não está a correr bem. Desta forma permito-me ir aperfeiçoando o seu conteúdo e exequibilidade.
 
 
- Ser realista é a palavra-chave. E foco é a força que me move!!
 
 

sábado, 21 de novembro de 2015

Outra vez!

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A vida de uma Bipolar não é para meninas! É muito difícil viver com uma maleita que não se vê e só se sente. De aparência completamente normal, trago comigo um distúrbio puramente mental. As dificuldades cognitivas falham, o corpo teima em não se conseguir mexer e os dias de sol transformam-se em dias de trovoada... Uma descompensação mental assola-me o corpo e a alma e mata-me para o mundo!

Mas, adiante... volto ao fim de bastante tempo, já refeita de mais uma crise, mas sem grandes ideias de temas para partilhar. Escrever estas palavras é um começo pequenino de uma alma que renasce e procura, de novo, a sua normalidade.

Neste reencontro com a realidade, procuro pôr a cabeça em ordem, retomando, lentamente, as minhas atividades rotineiras, os meus objetivos, os meus horários, os meus hobbies, etc..

Em termos práticos:

- Gradualmente, à medida que me vou sentindo melhor, tento sair à rua para comunicar com pessoas e me ir habituando ao contato social;

- Normalmente nas crises, durmo demasiado. Para retomar os  meus hábitos usuais, tenho de acionar o despertador para cada vez mais cedo, até me habituar;

- Procuro abandonar o hábito de ir dormindo durante o dia;

- Começo a desempenhar pequenas tarefas até assumir o seu total controle (tratar da casa, por exemplo);

- Apanho o mais possível de ar puro para me sentir revigorada;

- Retomo a prática de desporto;

- Faço um exercício introspetivo de forma a estabelecer novas metas para a minha vida. Penso no que não estava a correr como desejado antes de adoecer, e aproveito para me reorganizar mentalmente;

O importante é auto convencer-me de que foi mais uma crise e que já passou. Sei que inevitavelmente um dia, mais cedo ou mais tarde, ela voltará. Por isso, resta-me aproveitar cada segundo saudável que passa. Há gente que não tem a sorte de ter interrupções nas suas doenças. Posso dar-me por felizarda, pois apesar de me debater com várias crises por ano, restam-me momentos muito felizes em que transpiro saúde e energia!


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Saudades trago comigo...

Saudade, uma palavra tão portuguesa, tão sintomática de um certo sofrimento ligeiramente sofrido e inteiramente sentido. Saudades de uma vida que já não tenho, saudades daqueles que partiram para sempre, saudades daqueles que estão longe, muito longe...
Há pessoas na minha vida, que não sendo do meu sangue, as sinto como irmãs. Irmãs na alegria, na tristeza e até na doença.
Hoje apraz-me falar de saudade, não daqueles que jamais verei, mas daqueles que tenho esperança de voltar a ver e a abraçar. Não vale a pena mencionar nomes, todas sabem que moram no meu coração. Saudade... muita saudade... Há dias mais saudosos do que outros. Há dias em que não consigo parar de pensar em determinadas pessoas que compõem a minha vida. Muitas noites são passadas a sonhar com elas. O retorno à realidade faz-me sentir quanta falta me fazem...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Tristezas não pagam dívidas.....

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Diz o velho dito e eu concordo plenamente!
Como qualquer pessoa, tive os meus desaires na vida. Uns mais sofridos e sentidos e outros levados com mais ligeireza. Aprendi com todos eles? Sim! O que não nos mata, torna-nos mais fortes, e a verdade é que a única coisa que nos mata são doenças, acidentes e velhice... Ninguém morre de desgosto, embora se possa deixar vencer pela sua eminência.
Uma coisa eu sei, a vida ensinou-me que a felicidade é uma conquista. Enquanto fiquei presa à minha miserabilidade não consegui ser feliz. Enquanto não me amei a mim própria, não consegui ser feliz. Enquanto não me questionei sobre a importância das pequenas coisas, não consegui ser feliz.
Encontrei a felicidade no dia em que descobri e senti que ela reside nas pequenas coisas da vida. Pequenos gestos, breves palavras e até olhares fugaze podem fazer de mim uma pessoa, a cada segundo, mais feliz. 
Quando era mais jovem, diverti-me e sofri. Diverti-me porque aproveitei as descontrações da vida e a responsabilidade dos estudos. Tinha um objetivo concreto. Pensava que um dia seria isto e aquilo. Acreditava que podia mudar o mundo. Hoje acredito apenas que posso fazer uma pequena diferença, mas que amanhã ele estará exatamente igual. Sofri porque dava demasiada importância a coisas banais, mas que na altura pareciam vitais. Por vicissitudes da vida, aprendi, num repente, que há que relativizar. Afinal, a única coisa que não tem remédio é a morte que nos leva aqueles que mais amamos. Posso até ousar dizer que, assim, começou a minha aventura no caminho da felicidade.
Hoje, sem me ter tornado aquilo que um dia sonhei para mim, com encargos que jamais pensei ter e com um estado que nunca pensei vir a viver sou, finalmente, uma mulher feliz.
O que numa primeira análise pode ser paradoxo, não poderia fazer mais sentido. Foi quando me apercebi que a vida não são anos ou mesmo meses, a vida são todos os segundos que passam da nossa existência tão efémera... Foi aí que abri os olhos para um outro mundo, para uma outra maneira de estar no mundo e de encarar a vida.
Hoje, casada, mãe, matrona e dona de casa, no meio desta existência aparentemente monótona, não poderia estar e ser mais feliz.
Afinal, tristezas não pagam dívidas...
 
 

sábado, 5 de setembro de 2015

Recomeçar

 
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Para mim, o ano começa em Setembro. Sim! Sou como os miúdos da escola. Toda a minha vida recomecei o ram-ram em Setembro. Recomeçar - adoro esta palavra!
Recomeçar qualquer coisa, seja ela qual for, significa esperança. Quando tenho ânimo para retomar qualquer tarefa deixada pelo caminho, sinto o fulgor de uma nova vida dentro de mim. De cada vez que me proponho recomeçar seja o que for, ressurjo com um novo vigor.
Recomeçar, quer do ponto de vista prático, quer do ponto de vista espiritual, significa uma lufada de ar fresco na minha alma. Se por um lado, em termos vivenciais me vi forçada a renascer de determinadas pequenas tragédias da vida; por outro, sempre que muda o ciclo, gosto de me reorganizar.

Em tempos idos, Setembro, significava retorno das aulas (quer como estudante, quer como docente). Era necessário inventariar material e comprar o que estava em falta. Ao mesmo tempo, auguravam-se novas amizades, novos acontecimentos, novos conhecimentos, etc.

Hoje, longe dos tempos de escola, continuo a manter a tradição do mês de Setembro. Apesar deste mês ter cheiro a morte e a luto, entusiasmo-me sempre muito nesta altura do ano. Tenho sempre muito que fazer!

- O mês é mais ou menos coincidente com o final dos tempos de Verão. Começam a aparecer as primeiras gotas de água, algumas piscinas fecham as portas, as praias fluviais deixam de ser vigiadas, o calor escaldante dá lugar a uma brisa fresca e os dias começam a encurtar. Tal qual os ursos que se preparam para a hibernação, também eu me começo a preparar para o longo e frio Inverno na Serra.

- É também altura de resoluções. Este mês assinala uma das maiores conquistas sobre mim própria. fará dentro de dias, um ano que eu deixei de fumar. Após longos anos deste vício parvo, consegui e tive a coragem de acender um cigarro para apaga-lo em seguida e nunca mais lhe tocar. A guerra ainda não está ganha, mas diariamente vou ganhando pequenas batalhas, resistindo a cair em tentação.

- Curiosamente o meu Filho, nasceu neste mês. Digo curiosamente porque o planei para nascer no início do Verão, no entanto, essa gravidez não teve sucesso, pelo que aconteceu um pouco mais tarde. Afirmo, hoje em paz com o sucedido, que se fechou uma janela mas se abriu uma grade porta, que é a alegria de ver crescer o meu Filhote.

- Setembro é também o mês das arrumações sazonais cá por casa. E como eu adoro esse acontecimento! Normalmente dou a volta à casa toda, e estabeleço para mim mesma que estas arrumações têm de estar concluídas no final do mês. Assim se vai preparando o Inverno...

- Este ano, a horta foi muito produtiva. Já estamos estabelecidos por cá, e estes dois últimos anos ensinaram-nos muito sobre os assuntos da horta. Continuamos a ser uns novatos, mas, ainda assim, já sabemos mais qualquer coisa do que quando aqui chegámos. Resultado: abundância de algumas culturas. Torna-se então necessário proceder à confeção de algumas conservas. Compotas, picles e chutneys estão a ser elaborados numa grande azáfama, numa tentativa de aproveitar tudo o que a terra nos deu.

Desta feita, antevendo a perspetiva de dias chuvosos e pouco solarengos, aproveito o entusiasmo destes resquícios de Verão, para acolher a chegada da nova Estação!

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Compras, Ementas e Afins...


Dentro das minhas tarefas rotineira, esta é uma a que dedico especial cuidado! Todas os finais de semana, planifico as refeições dos próximos oito dias. Mais uma vez, tal advém da necessidade que tenho de manter uma certa ordem exterior, e de contribuir para viver uma existência mais tranquila e menos stressante. Quando trabalhava muito recordo-me da saga diária de tirar comida de improviso do congelador. A confeção e as compras eram uma verdadeira dor de cabeça. Era chegar ao supermercado e ir metendo no carrinho das compras, e depois.... logo se via!
Hoje em dia, com muito menos recursos, tive de repensar a forma como tratava do assunto cá em casa. Atualmente é impensável ir às compras sem uma lista e acordar de manhã sem saber muito bem o que vai ser o jantar.
O método ideal, cada qual tem de encontrar o seu. Aqui limito-me a explanar sobre a forma como me organizo. Perco algum tempo com estas coisas, é certo, mas por outro lado, este tempo é recuperado em espaço de qualidade para passar bons momentos em família. Uma casa organizada é bem mais prazerosa...

O inventário
No computador, tenho sempre um bloco de notas onde anoto semanalmente a comida que tenho no frigorífico, no congelador e na dispensa. À medida que vou gastando os produtos vou retirando-os da lista. Como costumo escrever o mês da compra do bem alimentar nos sacos de congelação, sei sempre o que lá está há mais tempo e o que deve ser feito com mais urgência. É com base nesta lista que confeciono as refeições.
Por outro lado, tenho sempre na cozinha um bloco de notas onde vou anotando outros produtos que se vão acabando (detergentes, comida de gato, etc.). Os detergentes, como são importantes e não podem faltar, assim que começam a escassear há que comprá-los. Desta forma, assim que acabam tenho sempre uma nova embalagem de reserva que me precavi a comprar. 

Ementas
Sendo que, tenho o inventário alimentar completo, há que planificar as refeições. Normalmente parto do esquema em que alterno refeições de carne, de peixe e de vegetais. Por exemplo, um dia carne, outro peixe e de vez em quando uma refeição exclusivamente vegetariana. Como, de momento, eu e o R. estamos em maré de dieta de perda de peso, tenho de ter o cuidado de preparar pratos que não sejam calóricos nem ricos em hidratos de carbono.
Usualmente, procuro centrar a refeição no conduto e em vegetais variados, que não repito durante a semana em causa. Por vezes, tenho de fazer arroz ao massa para o gaiato, embora tente não comer. Assim, tenho de preparar uma boa refeição sassiante à base de proteínas magras e de vegetais.
Quanto às sopas, só as faço durante o Inverno. No Verão, tenho sempre doses individuais no congelador só para o pequenote. Diariamente tiro uma de manhã. Quando o stock está prestes a acabar, toca de fazer mais uma panela para distribuir pelas caixinhas e congelar.
Os almoços cingem-se a uma salada de atum ou mozarela, uma omelete ou outra qualquer refeição leve. Não tenho por hábito grandes planificações para esta refeição que, diariamente faço sozinha.

compras semanais
Depois de elaborado o menu, posso deitar mãos à obra e anotar os ingredientes de que tenho falta para fazer as refeições. Maioritariamente são os legumes de acompanhamento, e os restante ingredientes para fazer uma ou outra receita, leite, café e iogurtes entre outras coisas de uso diário. 
Por seu turno, aproveito esta ida aos supermercados para adquirir os não perecíveis que estão em falta.
O dia das compras é semanal e fixo. Após deixar o miúdo na escola rumo aos supermercados do costume, munida de uma lista de compras por superfície e lá perco uma manhã da semana nestas lides.

Promoções
Sei exatamente os dias em que os folhetos dos meus supermercados de eleição são lançados. Como não vão parar ao meu correio, consulto-os na net. Costumo analisá-los com atenção, focando-me unicamente nos produtos que costumo consumir. Se, por exemplo, há um produto em promoção que eu não costumo comprar, não vejo qualquer mais valia em adquiri-lo simplesmente porque está em promoção.
Tenho uma lista de compras semanais fixas (x pacotes de leite, x embalagens de cápsulas de café, etc.), e, com base nela, procuro ver se alguma dessas coisas está em promoção. Por exemplo esta semana aproveitei um cupão de desconto em cápsulas de café. Relativamente aos não perecíveis, compro-os exclusivamente quando estão em promoção. Utilizo apenas uma marca de detergente para a loiça, quando está prestes a acabar, procuro-o em promoção (é uma questão de dias para isso acontecer, sei-o pela minha experiência) e compro cerca de três que devem durar até à próxima vez que estiverem em promoção. À semelhança do detergentes da loiça, há certos bens que só compro mesmo em promoção - tratamento da roupa, produtos de limpeza da casa, rolos de cozinha, latas de atum, leguminosas secas, massas, arroz, comida de gato, etc.
Quanto aos produtos de higiene, o princípio é o mesmo. À exceção de alguns produtos de cuidados do rosto, de que sou fiel a determinadas marcas, recorro sempre às promoções e utilização de cupões de desconto. Faço um pequeno stock e por algum tempo não tenho de me preocupar com isso!

E assim me vou organizando...

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Na saúde e na doença...


Amar e ser amada, tudo na minha vida se resume a estas duas forças da mesma fonte. Amo a minha família, os meus amigos, a minha vida! Porque não sou saudável, porque entre outras coisas sofro vincadamente de perturbação bipolar, e porque não estou numa boa fase, deixo aqui uma ode ao meu Mais-que-tudo!
Certo dia, quando descobri o homem da minha vida, tive de desvendar o mistério da caixinha dos medicamentos. Não foi de ânimo leve que se digeriu a notícia. O passar dos tempos veio provar que a notícia foi muito digerida, maturada e aceite.

Casei-me profundamente apaixonada. Posso mesmo dizer que foi o dia mais feliz da minha vida. Não fosse ele não teria tido a alegria de ter o Martim. Foi o R. que me deu este Filho maravilhoso que temos. Não casei numa cerimónia religiosa, tal não faria sentido, sou agnóstica de alma e coração. Amo o meu passado, aqueles que olham por mim, e os meus antepassados constituem a minha crença...
Nunca cheguei a dizer em voz alta que o tomava como Marido na saúde e na doença, ele tão pouco. Mas ambos tínhamos isso em mente quando, perante a República Portuguesa, dissemos o sim, e enlaçámos indelevelmente as nossas vidas. Celebrámos com entes querido e amigos que testemunharam o nosso amor e toda a nossa paixão. Foi uma festa alegre e sentida com muita intensidade desde o primeiro segundo. A aliança, de forma bem tradicional, escorregou no dedo, e ainda está e estará, até que a morte nos separe...

Os anos passaram, a vida continuou rotineira, com altos e baixos, hoje com altos e quase nenhuns baixos, e o R. tem-me acompanhado em todos os momentos. Tem aparado cada lágrima de saudade que volta e meia choro pelos que perdi. Cada lágrima que brota das minhas entranhas quando caio desesperadamente na minha cama doente de corpo e de alma.
Na saúde e na doença, tenho tido o melhor Marido que qualquer pode ter. Partilhamos a felicidade, o infortúnio e as dificuldades financeiras. Acima de tudo partilhamos uma vida que já não é só minha, é de ambos. Pois a vida sem ele não faria qualquer sentido.

Sei que um dia, um de nós irá partir. Partir para uma outra vida em que sei que nunca deixarei de te amar. Até essa altura serei tua de corpo e alma. A alma que outrora era só minha, é agora dividida contigo. Duas almas gémeas, um rebento, que mais posso querer desta vida?
Presto-te uma homenagem sentida, meu amor, porque sei que estarás sempre comigo, na saúde e na doença....

sábado, 8 de agosto de 2015

Gerir o orçamento doméstico

Desde que iniciei uma nova vida, este tem sido um tema bastante delicado para mim. Habituada desde sempre a não ter que fazer contas à vida, vejo-me agora a braços com uma família de 3 em que só um é que trabalha em regime de part-time! Escusado será dizer que pertencemos ao grupo dos quase quarentões que, após uma vida desafogada e pouco habituados a contar tostões, temos de regressar à base, perder a vergonha e pedir auxílio, nem que seja o da família.
Quando viemos aqui parar nem o R., nem eu tínhamos trabalho. Sim, vi-me forçada a pedinchar, durante alguns meses fui à cantina social buscar almoço e jantar. Quando ele se empregou as coisas compuseram-se mas não ficaram muito mais fáceis!
Antes de recorrer às refeições e a quem quer que seja, sofri o mal da fome. Claro que não foi aquela fome desgraçada dos subnutridos, mas uma fome de quem não estava habituada a não ter nada na dispensa que se pudesse trincar! Muitas vezes senti o estômago a clamar por comida, ficando a olhar para as batatas oferecidas pela vizinha, sem pouco mais em casa para comer. Nesse ano para abrir a pestana, perdi 13 kg! Não que me tenha feito mal, pois estava a precisar de os perder!
Por outro lado, com despesas de saúde avultadíssimas, não podendo fazer-lhes face tive de sobrecarregar a minha Mãe com essa despesa. Mais uma vez a vergonha imperou e para não lhe pedir mais, sofri em silêncio o estômago a remoer-se-me e por vezes, privada de medicamentos. Hoje, volvidos quase três anos, sendo também eu mãe, percebi que nada mais errado do que ter escondido estes percalços!
Mas adiante, que as coisas estão mais compostas!
 
Hoje em dia, conto com ajudas externas fixas e sem vergonhas. Mas há despesas que não me deixam grande margem para dúvidas. A gasolina, a alimentação e as contas correntes são da nossa responsabilidade. E imaginem só, mal dá para o gasto!!
 
Vou, aqui partilhar a forma como me organizo neste aspeto. Aliás, como me tento organizar, pois tem sido uma aprendizagem nada fácil por sinal!
 
O R., além de não receber em dias fixos, o salário também não é fixo, o que me obriga a refazer as contas todos os meses! Num dossier anoto as despesas todas sem exceção, vou revendo essas notas e percebendo o que não deveria ter comprado. E acreditem que não estou a falar de óculos de sol, mas sim de detergentes e comida enlatada! Analiso os tikets de supermercado para ver quais os produtos que tenho de dispensar. Hoje em dia, posso orgulhar-me de adquirir quase exclusivamente produtos de IVA a 6%!
 
O combustível é muito pesado do ponto de vista orçamental, pode mesmo afirmar-se que uma grande fatia do bolo vai para "dar de comer" aos transportes. O Garoto tem que ir para a escola, e o seu grau de ensino ainda não lhe permite usufruir do transporte escolar municipal. A boa notícia é que, daqui a uns aninhos já pode ir na camioneta da Câmara! Quanto ao R. tem, naturalmente de caminhar diariamente ao "ganha-pão"...
A gasolina que ponho no meu carro nunca ascende uma determinada quantia semanal. Todas as segundas-feiras de manhã, rumo em direção à gasolineira do costume. O Marido vai a dias fixos do mês para usufruir de algumas vantagens. Como o carro dele não faz senão esse trajeto, é fácil destinar uma quantia mensal fixa. Já para o meu carro, que está de serviço à família (pois o outro é de dois lugares), as coisas mudam de figura. Nem sempre consigo limitar-me ao orçamento pré-estabelecido. Basta o gaiato adoecer e eu ter de ir ao Hospital da cidade para as coisas descambarem. Não é fácil!
 
Quanto ao dispêndio em farmácia, a triste notícia é a de que não sou auto suficiente. Escusado será dizer que dependo de ajuda materna! Mensalmente ascende a mais de 50 euros em medicamentos, ora eu não trabalho e o R. ganha pouco... é só fazer as contas (ao que eu não tenho, claro está!). Para mim esta é uma grande fonte de preocupação, pois quando a minha Mãe não me puder ajudar, o que será que vou fazer... mas adiante, um dia de cada vez!!
 
Relativamente às contas - água, luz e gás - temos alguns cuidados. A água, apesar de barata, é de consumo bastante contido, pois sabemos que é um bem deveras precioso e não a gastamos inutilmente!
Quanto à eletricidade, temos o cuidado de desligar tudo o que é possível durante a noite; fazer máquinas de roupa na lotação máxima, manter as luzes apagadas, etc... Mas neste campo temos ainda muito que aperfeiçoar e ter maior número de cuidados! O inverno é uma altura crítica, pois a necessidade de nos aquecermos leva a um maior gasto. A minha última decisão neste campo foi fazer uma alteração drástica da potência contratada, desta forma, poupo "à força"!
Quanto ao gás, como é de botija, é mais fácil de controlar. Aqui, mais uma vez os consumos de inverno e de verão são muito díspares, pelo que cada estação é uma nova "aventura"!
 
Relativamente à alimentação, a dieta que estamos de momento a fazer, como é rica em proteínas, é um pouco dispendiosa. Carne, peixe e vegetais são a grande fonte de energia da casa! Assim, uma atenta análise das promoções é deveras importante. Nunca, mas nunca, me desloco ao super sem saber antecipadamente quais os produtos de primeira necessidade que estão em promoção. A elaboração das ementas, permite-me, por seu turno, comprar apenas o essencial. Aos Sábados, sei exatamente aquilo que vou comer durante a semana, pelo que as compras são feitas em função disso. Por outro lado, tenho especificadas as necessidades semanais fixas (2 packs de iogurtes, 6lts de leite, etc), a estas acrescento aquilo que tenho de comprar para confeccionar as refeições e sei que quantias semanais não posso ultrapassar. Quando o dinheiro é, efetivamente muito escasso, faço a lista das compras e revejo-a várias vezes, até reduzi-la ao mínimo que consigo! Com este método tenho poupado muito dinheiro, quer aproveitando as promoções, quer cingindo-me ao estritamente necessário. De resto, quando o dinheiro começa a escassear e o frigorífico começa a ficar vazio vou fazendo jus ao poder criativo para inventar umas receitas com pouca coisa, mas apetitosas! Por outro lado, tenho a sorte de ter horta e vizinhança muito amável que me cobre com bens alimentares oriundos das suas hortas!
 
Para além daquilo que o R. ganha mensalmente, recebemos, dos avós, quantias fixas à laia de mesada, que contabilizamos como rendimentos com destinos muito específicos. Sei exatamente quantos litros de leite posso comprar, em que épocas do ano posso adquirir roupas para o miúdo, etc. Quanto ao abono de família, quando é possível, destino-o á conta poupança do gaiato, quando assim não é, destino-o ao combustível para lhe garantir transporte. Mas uma coisa é certa, o dinheiro do abono, nunca tem um destino diferente!
 
Quanto aos imprevistos, aqui reside um grande problema. A verdade é que atualmente não tenho como os contornar! Por vezes, um imprevisto leva a que tenha de apertar mais um pouco no supermercado, cortar na gasolina, cingindo-me às deslocações estritamente necessárias, ou abdicar de certos alimentos que, não sendo absolutamente essenciais, costumo ter em casa (os iogurtes, por exemplo, em determinadas alturas do mês não constam por cá!). De resto, recorremos à família, sendo que por vezes, nem esta nos pode ajudar. Encaro sempre estas situações com algum stress, no entanto aguardo pacientemente que as coisas se componham. Acima de tudo penso na sorte que tenho em ter um Filho e um Marido transbordantes de saúde! Penso também nas tragédias que reinam à minha volta e acabo sempre por me considerar uma sortuda!
 
Para terminar, resta-me acrescentar que esta nova "versão de vida" me tem ensinado muito. Ao início custou-me bastante não me poder mimar com coisas do meu agrado, aos poucos fui-me habituando a me desprender dos objetos e aprendi, essencialmente a não cobiça-los! Claro que não me esqueço de alguns episódios que, embora de pouca monta, me marcaram e mexeram comigo. Recordo um dia em que fui a um supermercado e de estar a olhar para um grande frasco de manteiga de amendoim (que adoro), querer desesperadamente comê-lo, e não ter um tostão furado para o fazer. Logicamente que não se tratou de um episódio traumático, mas marcou o início de uma fase da vida que me traria novos sabores, dissabores e sentimentos! Hoje, posso afirmar-me feliz com a vida que tenho, habituada a viver com pouco, e contento-me essencialmente em fazer face às necessidades mais básicas da minha vida familiar!
 
E, com muito ou com pouco, façam o favor de serem felizes!
 

domingo, 2 de agosto de 2015

O pós-férias


Imagem retirada da internet
 
Após umas férias bem merecidas, há que voltar à normalidade! Dedico este post à forma como me organizo ao retomar o dia-a-dia. Para mim, os dias seguintes à chegada representam alguma agitação. Tal se deve não apenas ao facto de ter de me reorganizar, como ao facto de ter de me adaptar novamente aos horários e rotinas, durante as férias, esquecidas.

- Em primeiríssimo lugar, depois da chegada impõe-se tratar da bagagem. Por norma, trago mercearias e alguma comida da casa materna. Trato de a acomodar e fazer a listagem dos produtos novos que enchem a minha despensa.
Quanto às roupas, lavo, passo e arrumo devidamente; os acessórios voltam aos respetivos lugares; a caixinha da medicação é refeita; a tralha da praia é lavada e, finalmente, assentam-se arraiais.

- Este ano, o pimpolho ficou em casa uns dias, sem retomar logo a escola. Tal deveu-se ao facto de eu considerar importante uma readaptação ao seu meio antes de o reintroduzir "de chofre" na agitação da escola. Assim acho mais pedagógico. Este intervalo de tempo foi suficiente para preparar o material e para o habituar à ideia de que as férias acabaram e de que não há mais praia este ano.

- Com a retoma da rotina, impõe-se uma atualização do inventário da despensa, listagem das faltas e, finalmente elaboração da lista dos produtos necessários e em falta. Com base nisto improvisam-se as primeiras refeições até se retomarem as ementas mais elaboradas.

 

- Quanto à horta, que ficou entregue aos cuidados da vizinha, volta aos cuidados normais, que na nossa ausência se resumiram às regas. Colhe-se o que já está maduro e dá-se uma volta nas árvores e videiras para ver se está tudo em ordem.

- Como se está numa zona de grande risco de incêndio, os documentos mais importantes ficaram em casa de um vizinho para o caso de acontecer algum "fogoso imprevisto". Por seu turno prepara-se tudo para o caso de termos de fugir apressadamente. Trata-se de uma mala de emergência onde coloco uma muda de roupa para cada elemento da família, os documentos mais importantes e algum dinheiro, e água. Essa mala é colocada mesmo à porta de casa. Nos cabide da saída jazem 3 mudas de roupa, uma para cada um. Se a noite nos apanhar de surpresa, temos imediatamente tudo à mão para nos vestirmos. Como esta noite, está um grande incêndio muito por perto, eu e o R. vamos dormir por turnos, para o que "der e vier".

- Quanto à gata Mistóflas, que ficou aos cuidados de uma vizinha, tratámos de verificar devidamente se tudo correu como o previsto e a sua ração acrescenta-se à lista das faltas. Naturalmente que, embora com pouca probabilidade de a apanharmos, também está um pequeno saco com ração na mala de emergência.

- Depois de tudo isto, devidamente feito, sento-me à secretária, reviro os papéis e elaboro uma lista de assuntos a tratar (agendamento de consultas, assuntos relativos à preparação do novo ano letivo do Martim, pois para o ano muda de escola, tratamento da correspondência recebida durante estas semanas, etc.). Esses assuntos a tratar serão depois distribuídos pelos dias da semana que se avizinha.

- Por fim, aproveitam-se os "últimos cartuchos" com o gaiato em casa e proporciona-se-lhe mais uns dias de folga da rija (piscina, pic-nics, churrasco, rio, etc).

Ao que, após tudo isto, estamos prontos para arrancar, desfrutar o dia-a-dia e sonhar com as férias do ano seguinte!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Organização Doméstica


Longe vão os tempos em que aspirava a um percurso profissional linear. O curso acabou, veio a especialização, seguida do Mestrado, da inserção profissional, do doutoramento e finalmente veio o tempo em que me apercebi qual o meu lugar no mundo. Esse lugar não era, de todo, em frente a uma turma! Hoje, sou uma mulher/mãe/dona de casa assumida! A par dos meus interesses pessoais e científicos, adoro dedicar o meu tempo à família e à casa. Hoje em dia, sem estas preocupações a minha vida não faria qualquer sentido!
 
Ultimamente tenho procurado aprimorar o meu meio envolvente. É demasiado importante para mim, ter uma casa em ordem; é demasiado importante para mim, cuidar da saúde da minha família; é demasiado importante para mim, levar uma vida rotineira e organizada! Só desta forma consigo garantir o meu bem-estar e o dos que me rodeiam.
 
Sempre tive empregadas, nunca tive necessidade de me dar a grandes tarefas domésticas. O que aprendi, foi por observação ou pelos ensinamentos teóricos da minha Mãe ou da minha Avó. Quanto à cozinha, o meu Pai ensinou-me muitas das coisas que sei, principalmente o gosto pela arte dos sabores. 
 
Há cerca de três anos que tenho uma vida completamente nova. Desde o lugar, passando pela casa e terminando na vida ativa, tudo se renovou. Por seu turno, a casa é mais exigente. A quinta não me permite grandes tempos de ócio. A braços com uma família para cuidar, uma horta para tratar e uma casa para organizar, fui aprimorando a arte da organização doméstica. A chave da minha felicidade passa pela organização da minha casa! E não é apenas uma questão mental, mas sobretudo uma forma de aproveitar melhor o dia-a-dia. A verdade é que se as nossas casas estão organizadas, perdemos menos tempo com arrumações e afins. Pode parecer paradoxal, mas vale a pena despender tempo com a organização para depois ter uma vida mais folgada!! 

Neste post, falarei de pequenos nadas que, ao longo destes quase três anos, fizeram a diferença na minha vida. Sem família por perto, sem ninguém a quem recorrer para me auxiliar na vida doméstica, tive de repensar velhos hábitos que não mais se coadunariam com esta nova "versão de vida":

Arrumações sazonais
Duas vezes por ano, uma na Primavera, outra no Outono, faço a operação destralhar e rearrumar. Tenho por hábito "arquivar" as roupas da estação que finda, e disponho no closet as que ponho a uso. No Verão, as de Inverno ficam em caixas, e na estação seguinte dá-se o inverso.
Relativamente às roupas, lavo-as todas muito bem e coloco em caixas com muita cânfora para proteger das traças, pois onde moro, há muita bicharada. As roupas que ponho a uso, coloco-as no estendal para retirar o cheiro a cânfora e deixo-as arejar muito bem. Como não se deve arrumar a roupa passada a ferro, trato de o fazer. Deste modo, fico com a roupa da estação preparada para usar.
Quanto aos acessórios, existem os próprios da estação e os intemporais. Gorros, luvas e cachecóis são devidamente guardados e tratados (a esmagadora maioria dos meus são de lã, pelo que os lavo apropriadamente, e guardo com os mesmos cuidados com que guardo a roupa). Os restantes assessórios são alvo de tratamento específico. As pratas, por exemplo, esfrego-as freneticamente com pasta de dentes para ficarem reluzentes como novas. Importa referir que esta vistoria anual aos assessórios me permite perceber aquilo que tenho a mais, pois, na realidade existem colares e afins que há muito não são utilizados. Essas peças, em lote, são facilmente vendidas em sites de vendas.
Quanto às roupas de casa, existem naturalmente as especificidades da necessidade da estação. No verão há que guardar devidamente acomodados os edredons, cobertores e outras coisas que foram muito úteis em tempo de frio, mas que no pino do Verão não têm qualquer utilidade.

Arrumações diárias
Para manter um bom equilíbrio e sensação de bem estar em minha casa, não consigo ter os objetos fora do lugar, desterrados e sem lógica. Este trata-se de um processo em construção. Na minha casa ainda não tenho as coisas certas nos devidos lugares. Muitas soluções são ainda provisórias e vão sendo adquiridas aos poucos, à medida que se vai tendo uns dinheirinhos. Como em tudo nesta vida, não estamos sós, pelo que é importante que todos os membros da família se preocupem em manter o espaço ordenado. Quanto aos maridos, podemos ir reclamando e manifestando o nosso descontentamento, no entanto, os filhos podem ser por nós educados para cooperar. Assim, é de bom tom arrumar o compartimento que se deixa para trás. Neste aspeto, sou ainda uma sonhadora, pois o R. ainda não se organiza lá muito bem. Homens!! Quanto ao pequenote, lá vaio dando uma ajuda...

Limpezas
Não sou apologista de tirar um dia na semana para efetuar as limpezas. Prefiro estabelecer em que dias vou limpar o quê. Tenho um mapa semanal das tarefas fixas. Deste modo não há margem para indecisões. Às quintas-feiras, por exemplo, sei que é dia de lavar o frigorífico, pelo que o dia não pode acabar sem esta tarefa cumprida! De resto, vou limpando à medida que as coisas se vão desenrolando. Utilizar, arrumar e limpar é o lema!

Refeições
Semanalmente faço um menu adaptado às necessidades e especificidades de cada semana. Digo necessidades porque cá por casa fazem-se picnics com muita frequência e estamos de dieta, só podendo asneirar uma vez por semana. Por norma, tenho um inventário de toda a comida existente em casa. É a partir daí que elaboro o menu. Com as refeições planeadas, resta-me fazer a lista semanal de compras. Quanto ao almoço, improviso quase sempre uma salada, com vegetais frescos da horta. 

Compras
Realizam-se unicamente uma vez por semana. Compreendem artigos fixos, em quantidades fixas (por exemplo, 2 caixas de cápsulas de café e uma palete de leite por semana). Tenho uma lista onde constam esses esses itens, a qual acabo de preencher com as necessidades da semana. A par dos produtos alimentares, vou anotando as faltas noutras áreas (higiene, detergentes, fraldas, etc.)e, semanalmente, consoante as minhas possibilidades aproveito para fazer pelo menos um stock de entre duas a seis unidades, dependendo do produto. Logicamente que existem semanas em que não o faço por, ou não precisar do bem, ou porque simplesmente não tenho orçamento para o fazer. Para fazer estes pequenos stocks estou sempre a par das promoções, sendo que há coisas que não compro senão em promoção (detergentes, rolos de cozinha). Bem vistas as coisas e analisados os panfletos, há sempre artigos destes em promoção! 
Quanto à questão das superfícies escolhidas para fazer as compras, confesso que tenho 3 supermercados sempre na mira, e à 2.ª feira tiro a manhã para os percorrer a todos. Sei exatamente o que comprar e em qual comprar. Assim, torna-se indispensável uma pesquisa exaustiva dos folhetos, que se encontram on line.

Despesas
Tenho um dossier dividido pelos meses do ano, onde guardo todos os papéis inerentes às despesas. Desta forma, no final de cada mês, analiso os gastos, e reformulo estratégias de consumo. Rever os talões também me permite comparar os preços dos diversos produtos nos diversos supermercados. Com isto, sei exatamente qual o local onde adquirir produtos semanais mais em conta. Para além dos consumos inerentes à sobrevivência ainda tenho um pequeno hábito de tempos antigos, em que era rica e não sabia - tomar café na rua! Confesso que, aos poucos tenho andado a tentar acabar com esse ritual, mas não está a ser fácil! Se fizer as contas a um café por dia, o valor ascende aos 15 euros, e com esse dinheiro compram-se alguns pacotes de leite para o M.
Quanto às idas semanais ao supermercado, procuro dividir o dinheiro pelas semanas do mês, com base nisto e nos preços elaboro a lista das compras e o objetivo é não ultrapassar o orçamento máximo pré-estabelecido. Os vales de desconto e as promoções são uma ajuda útil para a redução da despesa. Chego a ter quase 20 euros de descontos!
As contas da eletricidade são as que mais pesam no orçamento, não é fácil gerir uma soma exímia para tantas despesas. Por isso, o meu orçamento mensal disponível varia consoante as surpresas que me surgem na conta da luz! Por norma, as primeiras coisas a cortar são os stocks de produtos e, naturalmente, as bicas...
Quanto às despesas com o pequenote, posso dizer que sou uma felizarda, o avô Manel paga a escola e a avó Elsa dá-lhe as roupas entre outros miminhos! Importa dizer que quendo ele nasceu éramos completamente desafogados e vivíamos com uma relativa abastança. Nada faria prever a situação em que me encontro. Por isso, as ajudas dos avós são indispensáveis à sobrevivência desta família!!
Temos dois automóveis, o meu e o do R., normalmente o meu está de serviço à família, o do R. como é a gasóleo e só tem dois lugares, serve fundamentalmente para as deslocações até ao ganha-pão. A cada um de nós, é destinada uma verba semanal para o combustível. A gasolina é posta à 2.º feira e o gasóleo é em dias fixos do mês para aproveitar os descontos da gasolineira.
Quanto às despesas de saúde, aí é que está o grandessíssimo problema, não sou autónoma para sustentar o meu tratamento. Com quase 40 anos, sou dependente da minha Mãe para me tratar. Quer as idas a Lisboa ao médico, quer as despesas mensais de aproximadamente 60 euros, são suportadas pela minha querida Mãe!
Relativamente à gata, praticamente não pesa no orçamento. A sua comida é a mais barata do supermercado e a areia gasta-se muito pouco, na medida em que faz quase sempre as necessidades na rua. Quanto às despesas de veterinário, a Câmara Municipal tem um serviço especial mais em conta para os moradores. Além de que são despesas esporádicas.
Quanto ao nosso vestuário, simplesmente não gastamos dinheiro nisso, vamos vestindo o que temos. Estimamos as peças tendo alguns cuidados a lavar para que não se estraguem tão depressa. Além disso no Natal vem sempre cá parar qualquer peça mais na moda!! Para corresponder à minha vaidade, há sempre a hipótese de colocar uma pregadeira aqui ou ali para dar um ar de novidade ao conjunto. O que é preciso é criatividade.

 

sábado, 4 de julho de 2015

Planificar a Semana

 
 
Mentalmente desnorteada, assumo-o, tenho necessidade de preparar a semana com alguma antecedência. Desde as compras que tenho de fazer ao que vou comer em cada refeição, tudo tem que estar minuciosamente planeado. Quanto às tarefas rotineiras, são feitas em dias fixos (lavar a roupa, limpar a sala, cuidar da horta, etc).
 
Apesar de não ter emprego, ocupações não me faltam. Para além dos estudos, tenho uma pequena quinta para governar, uma família para orientar, uma criança para cuidar, uma casa para tratar e ainda tem de me sobrar tempo para realizar alguns projetos de teor mais pessoal.
 
Quanto ao governo da casa, disponho de um orçamento muitíssimo limitado, pelo que os gastos têm de ser muito bem geridos. Sei exatamente o dinheiro que pode ser destinado aos transportes, às compras, à creche, etc.. Fazer o planeamento orçamental em épocas de tão grande crise, não é tarefa fácil. O ordenado do R. nem sequer é fixo, ou seja, cada mês reserva uma surpresa diferente. Sou muitas vezes surpreendida por uma soma exímia que tenho de fazer render e suprir todas as nossas necessidades. Cá em casa somos três, sustentar uma criança é muito complicado, por vezes é uma tarefa que, sem a ajuda dos avós, não seria possível.
 
Semanalmente, por norma aos Sábados, elaboro a ementa para a semana seguinte. Sei sempre quais são exatamente os alimentos que tenho em casa. Registo a falta de outros artigos não comestíveis, e finalmente, elaboro a lista de compras. As compras realizam-se unicamente uma vez por semana. Desta forma controlo melhor os gastos do supermercado.
 
Quanto aos transportes, tenho dias específicos para ir à bomba de gasolina, e normalmente, quando não há nada que se desvie do normal, tenho um determinado limite de dinheiro que posso gastar em combustível. O mais importante é haver gasóleo no carro do R., nem que isso signifique, abdicar de um passeio ao fim-de-semana.
 
Semanalmente vão surgindo novos problemas para resolver, telefonemas que é preciso fazer, assuntos que ficaram pendentes e que têm de ser tratados, e-mails para enviar, livros para ler, etc, etc. Não consigo fazê-lo se não especificar convenientemente quando tenho de fazer o quê. Estabeleço o meu dia-a-dia por objetivos. Sei exatamente o que tenho para fazer e em que dia da semana.
 
Quanto à minha roupa e à do miúdo, é naturalmente uma tarefa diária a ser revista no dia anterior. Diariamente, preparo o que cada um de nós vai vestir no dia seguinte. Mesmo os meus acessórios têm de ser devidamente pensados. E não, isto não é só vaidade! Nasce da necessidade que tenho de construir um cenário estável à minha volta.
 
Já que falamos de roupa, as máquinas fazem-se à 2.ª e à 5.ª, e passa-se a roupa ao Sábado para que estejas a postos para a semana que se avizinha. A necessidade de controlar os gastos de eletricidade levou-me a ter de escolher os dias a que faço as máquinas de roupa. Como referi, o orçamento é limitado e a fatura da eletricidade é das que mais custa a pagar.
 
Quanto à horta, para além da rega que deve ser diária nestes dias quentes de Verão, tem de ser cuidada em dias específicos. Não há necessidade de andar sempre à sua volta. As ervas daninhas não crescem de um dia para o outro. Quanto a mim, fico mais descansada se souber de antemão as horas semanais que terei de despender a tratar da quinta.
 
Relativamente às limpezas, não sou daquelas que considera muito útil reservar um dia da semana para as fazer. Estipulo cada dia para um determinado compartimento, pois de outra forma, ver-me-ia escrava da casa, sem tempo para tarefas mais prazerosas. No entanto, estas tarefas um pouco assopeiradas, não me cansam psicologicamente. Ao mesmo tempo que as vou fazendo, vou pensando no bem-estar da minha família, pelo que isso, por si só me preenche.
 
Por norma, durante o tempo mais frio, gostamos, os três de dar um passeio. Faço um lanche e se não for dia de chuva fazemos uma espécie de picnic em qualquer recanto de algum jardim. Estes passeios dão-se ao fim de semana e também eles, têm de ser preparados. No final da semana, se contamos sair, agarro no mapa, vou à net e junto informação sobre o local a visitar. Desta forma usufruímos melhor da visita.
 
Como se verifica, não gosto de surpresas! Quando a semana se avizinha, sei o que tenho de fazer e o que me espera. Naturalmente que há sempre imprevistos. No entanto eles baralham-me, por isso, planifico as minhas semanas minuciosamente. Como referi neste post, a organização é muito importante para mim!
 
Votos de uma boa e organizada semana!
 
 

domingo, 14 de junho de 2015

Amados gatos


De uma beleza ímpar, amados ou odiados - nuca num meio-termo!Esquivos, independentes, fiéis e dóceis, donos de uma personalidade vincada, assim são os felinos. E como eu os adoro!
Sou aquilo a que se chama de gatófila, adoro animais em geral, mas os felinos preenchem-me a alma...
Não que tenha nascido no meio destes animais, não! Na verdade, sempre tive cães, era uma apaixonada por esse fiel amigo. Certa vez, quando a minha última cadela, com 16 anos morreu,literalmente nos meus braços, quando cheguei a casa vinda de um exame do último ano da Faculdade. Ela constituiu uma prenda de conclusão da 4.ª classe. A partir daí estimei-a como se fosse um membro da família.
Aquando morte da minha Pamela, desgostosa, como é normal nestas situações, resolvi visitar uma pequena ninhada de gatos, com uma amiga que queria adotar um. Assim que vi 3 gatas pretas e dois gatos malhados, não consegui resistir a tamanha beleza. Como se tivesse sido hipnotizada pelo olhar intrigante e profundo de cada uma daquelas crias agarrei numa, para nunca mais a querer largar. Mas não era suficiente, ela precisava de morrer velhinha ao lado de uma irmã. Adotei essas duas meninas pretas, prometendo-lhes que as estimaria e adoraria como de filhas se tratassem!
A Sacha e a Magda entraram na minha vida e provocaram um sentimento de deslumbramento em mim, que eu julguei que nunca mais haveria de sentir.
Há cera de 15 anos que estão comigo. Cada uma com a sua personalidade e os seus encantos. Uma mais dengosa, outra mais fiel, assim são as minhas gatas. Para as proteger da vida no mato, encontram-se na casa da minha Mãe. Desolada por tão triste decisão, mudei de casa, de vida e encontrei a felicidade, mas faltava a presença de um felino a cirandar pela casa.
Eis se não quando, sou atraída por uma gata vadia que, me escolheu por dona, pois são eles que nos escolhem a nós! É a minha Mistóflas, adoro-a, o meu Filho adora-a e acima de tudo é muito dócil para ele.
Dóceis e fiéis por natureza, têm um condão especial de nos afagar na saúde, na tristeza e na doença. Lembro-me certa vez, que adoeci gravemente tendo ficado um mês fora de casa por motivo de internamento. Quando regressei as minhas meninas tinham emagrecido, devido à minha ausência. A minha recuperação foi lenta e mais lenta teria sido, não fosse a sua companhia.
Durante aqueles longos meses, rodeada pelos seus ronronares tranquilizantes fui voltando a mim, a saúde começou a abraçar-me lentamente.
Há estudos que nos dizem que os gatos contribuem para melhorar certas maleitas humanas. E eu acredito nisso! Pois com a sua preciosa ajuda, tranquilidade e olhar penentrante, eu própria recuperei a vida que pensava perdida.
Hoje em dia, não me podia sentir mais feliz, pois vivo rodeada pelo meu amado Marido, pelo meu querido Filho, e por esta fiel amiga de quatro patas... Obrigada Mistóflas!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Novos projetos


Regressei de mais umas férias no sol da Caparica! E, como sempre, cheia de novos projetos. Como não tenho um emprego, as minhas férias estão dependentes das do R., e como estas são faseadas, tiro-as várias vezes ao ano. Este ano calhou Março, Junho, Julho e Setembro. Aproveitamos estas semaninhas para visitar a família, fazer praia com o catraio e colocar uma conversa ou outra em dia.
Para mim, nunca são realmente férias, aproveito sempre para fazer a minha investigação na Capital, que, por estas terras, os Arquivos escasseiam! Assim, vou mediando o meu tempo entre relaxe e trabalho, praia e biblioteca.
E, como sempre acontece, aproveito as minhas interrupções da rotina, para a construção de novos projetos. A rentrée faz-se por diversas vezes no ano, e nunca é demais aproveitar para me reorganizar! Maníaca da organização e da gestão do tempo, adoro regressar das férias e dar continuidade a antigos projetos e dar início a novos.
Este ano, tem sido, sem dúvida, o de reorganização. Volvidos dois anos e meio de nova vida - casa nova, escola nova, ambiente novo, terra nova - houve a necessidade de organizar e reorganizar. Se por um lado, assentar arraiais demora o seu tempo, não é menos verdade que a organização doméstica e pessoal, requer muita minúcia e planificação. A fase de adaptação ao meio já está conseguida, agora o interior tem, também, de se reorientar!
Já aqui referi a importância da organização externa. Mas hoje, proponho-me falar da formulação de novos projetos. Considero a simples reformulação metodológica, um projeto independente. Se concluo que numa determinada tarefa, não estou a conseguir os objetivos pretendidos, sinto que tenho de reformular estratégias. E assim começa um novo ciclo. Se, por exemplo, a maneira como me estava a reorganizar no dia-a-dia não estava a ser bem conseguida, há-que repensar e refazer o calendário. Por outro lado, é importante iniciar novos projetos. A vida de uma mulher que pouco a mais se dedica do que aos estudos, à casa e à família, não tem de ser entediante e monótona. Tenho sempre ideias novas, novas aprendizagens a efetivar, novos livros para ler, etc, etc..
E, como em tudo na vida, um projeto novo requer um método de exequibilidade.
Fui professora durante alguns anos, por isso, por defeito de profissão, planifico todas as tarefas. Não consigo focar-me num objetivo sem fazer a bem-dita da lista. À semelhança de um plano de aula, as minhas ideias novas têm de ter objetivos específicos e concretos:

- Por que motivo faço;
- Quais as vantagens da mudança/nova tarefa;
- Como posso fazer;
- Como organizar cada parcela do plano;
- Calendarizar o plano/fases do plano.

Cada qual, naturalmente, encontra o seu método, a sua melhor forma de concretizar as suas escolhas. O que, realmente, importa é nunca parar de sonhar e de construir o futuro! O que, realmente, importa é não perder objetivos de vista. O que realmente importa é reconstruir o dia-a-dia de forma a melhorar o presente e vislumbrar um futuro mais agradável!

Bons projetos!!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Organização Externa

 
 
 
Como me não canso de dizer, e sem vergonhas, a minha perturbação mental, faz-me sofrer. E de que maneira! A mim cabe-me, se não acabar com este problema, minimizá-lo na medida das minhas forças. Se há algo que me faz mal e provoca disfunção mental é a falta de ordem e organização à minha volta. Sou um pouco obsessiva com as arrumações, listas e afins. Necessito de me organizar internamente para empreender os projetos do dia-a-dia. Não descuro, porém, a organização externa, a que me rodeia. Se há coisa que me perturba são coisas desarrumadas, sem lugar e ao molho!
Há já umas semanas que me andava a sentir fraca e até frágil. À minha volta ia reinando o caos, a desarrumação e uma espécie de conformismo rendido à preguiça. Começava a ser frequente, deixar loiça para lavar no dia seguinte, a sala por arrumar à noite, a cama por fazer e um extenso rol de tarefas mal cumpridas e puxadas a saca-rolhas.
E porque sou mulher de vaipes, e porque me decidi a dar um abanão, contemplei o espaço à minha volta e senti-me pequena, impotente, fraca e desorientada. Não que não esteja sempre grata pela vida que levo. Não. Era uma sensação diferente - de confusão mental, visual e por inerência, auditiva. Olhei, observei, refleti e detetei a chaga aberta. A casa estava um caos completo! Deixámos chegar as coisas a um ponto que parecia não ter volta. A roupa amontoava-se no sofá, as chaves andavam aos caídos pela casa. E, claro, o R. não estava nem aí, o que não facilitava as coisas.
Mas para não perder o fio a esta meada entrelaçada, decidi que o futuro estava nas minhas mãos (mais uma vez). A minha qualidade de vida e força interior, tinham que ser despoletadas pela ordem externa. Para isso, havia simplesmente que PÔR ORDEM nas coisas. Assim recomeçou a minha saga das arrumações.
Hoje, volvida uma semana, os resultados não poderia ser os melhores. Mais uma vez, constatei que "meter as mãos na massa" é o melhor remédio. Há maneiras de contornar o conformismo, a preguiça e a falta de interesse. Neste poste, venho partilhar alguns truques que me têm ajudado a superar dias e fases menos boas do dia-a-dia, como esta que tenho vindo a relatar.
 
Primeiramente, nada se faz, sem identificar o mal que nos perturba. Muitas vezes sinto mal estar espiritual e psicológico e não consigo entender as razões que conduziram a isso. Assim, tenho de parar! Parar, observar, pensar e solucionar. Neste caso muito concreto, tratava-se de uma desordem externa reinante, cada vez mais difícil de controlar. O meu olhar vagueava por uma casa que me perturbava os sentidos e até as vivências quotidianas. Percebi que tinha de pôr uma pedra na desorganização, virar a página e seguir para melhor. O melhor é sempre a luz ao fundo do túnel.
 
Como andava em maré de conformismo enleado com preguiça, não foi complicado perceber que a desorganização externa era o fator da perturbação interna. Assim, identificado o mal, delineia-se e planifica-se o remédio. E como sou metódica por feitio (ou defeito) resolvi traçar o bendito plano de ataque. Fi-lo em três fases:
 
- Identificação;
- Estratégia de motivação;
- Plano de ação
 
Sendo que, não bastou ter consciência do problema, mas havia que arranjar força para o combater, nada como preparar o campo da motivação. Muitas vezes, o difícil não é encontrar o mal, mas ter energia para o suplantar - e para implementar a ordem material, há que estar munida da dita energia. Comecei, então, por fazer alguma pesquisa na net. Primeiro, achei que seria interessante contemplar casinhas e compartimentos catitas. Isso permitia-me desenvolver uma certa ânsia de ter as minhas coisinhas assim. Depois, documentei-me sobre algumas estratégias de organização doméstica, decoração, e pus os meus instintos e preferências a funcionar.
 
Daqui foi um passinho para o plano de ação:
 
1.º - Numa folha de papel escrevi o compartimento que precisava de compor. O que resultou em várias folhas, cada uma correspondente a um compartimento.
 
2.º Contemplei cada compartimento em particular e procurei localizar os pormenores que me perturbavam.
 
3.º Anotei em cada papel, as coisas que desejava eliminar, e as que desejava implementar nos diferentes quartos, nas salas, na cozinha, etc..
 
4.º Escolhi um compartimento para dar o primeiro passo - aquele em que passava grande parte do tempo - a sala-de-estar. Literalmente empilhei tudo o que estava desgarrado, fora do sítio ou agreste ao olhar. Comecei por destinar um lugar para cada objeto apátrida, coloquei no sítio o que estava fora dele e, deixei para o fim, aquilo que realmente odiava. Aos poucos, fui fazendo as tão desejadas alterações. Cheguei, então, ao ponto onde queria - gostar do que olhava à minha volta. Senti-me genuinamente feliz com a nova ordem implantada. A partir daqui, tudo o resto se lhe seguiu. A cozinha, a outra sala, o quarto do miúdo, etc.
 
5.º Cada compartimento ficou trabalhado como pretendi, e aquilo que ficou por fazer, jaz escrito na lista de desejos para cada compartimento, e com o tempo tudo se fará.
 
6.º Para que as coisas não voltem ao mesmo, implantei regras de arrumação. Agora sou implacável! Tolerância zero à bandalheira!!!
 
Espero ter dado uma motivaçãozita para quem estava a precisar de fazer o mesmo! Mãos à obra...