segunda-feira, 13 de julho de 2015

Organização Doméstica


Longe vão os tempos em que aspirava a um percurso profissional linear. O curso acabou, veio a especialização, seguida do Mestrado, da inserção profissional, do doutoramento e finalmente veio o tempo em que me apercebi qual o meu lugar no mundo. Esse lugar não era, de todo, em frente a uma turma! Hoje, sou uma mulher/mãe/dona de casa assumida! A par dos meus interesses pessoais e científicos, adoro dedicar o meu tempo à família e à casa. Hoje em dia, sem estas preocupações a minha vida não faria qualquer sentido!
 
Ultimamente tenho procurado aprimorar o meu meio envolvente. É demasiado importante para mim, ter uma casa em ordem; é demasiado importante para mim, cuidar da saúde da minha família; é demasiado importante para mim, levar uma vida rotineira e organizada! Só desta forma consigo garantir o meu bem-estar e o dos que me rodeiam.
 
Sempre tive empregadas, nunca tive necessidade de me dar a grandes tarefas domésticas. O que aprendi, foi por observação ou pelos ensinamentos teóricos da minha Mãe ou da minha Avó. Quanto à cozinha, o meu Pai ensinou-me muitas das coisas que sei, principalmente o gosto pela arte dos sabores. 
 
Há cerca de três anos que tenho uma vida completamente nova. Desde o lugar, passando pela casa e terminando na vida ativa, tudo se renovou. Por seu turno, a casa é mais exigente. A quinta não me permite grandes tempos de ócio. A braços com uma família para cuidar, uma horta para tratar e uma casa para organizar, fui aprimorando a arte da organização doméstica. A chave da minha felicidade passa pela organização da minha casa! E não é apenas uma questão mental, mas sobretudo uma forma de aproveitar melhor o dia-a-dia. A verdade é que se as nossas casas estão organizadas, perdemos menos tempo com arrumações e afins. Pode parecer paradoxal, mas vale a pena despender tempo com a organização para depois ter uma vida mais folgada!! 

Neste post, falarei de pequenos nadas que, ao longo destes quase três anos, fizeram a diferença na minha vida. Sem família por perto, sem ninguém a quem recorrer para me auxiliar na vida doméstica, tive de repensar velhos hábitos que não mais se coadunariam com esta nova "versão de vida":

Arrumações sazonais
Duas vezes por ano, uma na Primavera, outra no Outono, faço a operação destralhar e rearrumar. Tenho por hábito "arquivar" as roupas da estação que finda, e disponho no closet as que ponho a uso. No Verão, as de Inverno ficam em caixas, e na estação seguinte dá-se o inverso.
Relativamente às roupas, lavo-as todas muito bem e coloco em caixas com muita cânfora para proteger das traças, pois onde moro, há muita bicharada. As roupas que ponho a uso, coloco-as no estendal para retirar o cheiro a cânfora e deixo-as arejar muito bem. Como não se deve arrumar a roupa passada a ferro, trato de o fazer. Deste modo, fico com a roupa da estação preparada para usar.
Quanto aos acessórios, existem os próprios da estação e os intemporais. Gorros, luvas e cachecóis são devidamente guardados e tratados (a esmagadora maioria dos meus são de lã, pelo que os lavo apropriadamente, e guardo com os mesmos cuidados com que guardo a roupa). Os restantes assessórios são alvo de tratamento específico. As pratas, por exemplo, esfrego-as freneticamente com pasta de dentes para ficarem reluzentes como novas. Importa referir que esta vistoria anual aos assessórios me permite perceber aquilo que tenho a mais, pois, na realidade existem colares e afins que há muito não são utilizados. Essas peças, em lote, são facilmente vendidas em sites de vendas.
Quanto às roupas de casa, existem naturalmente as especificidades da necessidade da estação. No verão há que guardar devidamente acomodados os edredons, cobertores e outras coisas que foram muito úteis em tempo de frio, mas que no pino do Verão não têm qualquer utilidade.

Arrumações diárias
Para manter um bom equilíbrio e sensação de bem estar em minha casa, não consigo ter os objetos fora do lugar, desterrados e sem lógica. Este trata-se de um processo em construção. Na minha casa ainda não tenho as coisas certas nos devidos lugares. Muitas soluções são ainda provisórias e vão sendo adquiridas aos poucos, à medida que se vai tendo uns dinheirinhos. Como em tudo nesta vida, não estamos sós, pelo que é importante que todos os membros da família se preocupem em manter o espaço ordenado. Quanto aos maridos, podemos ir reclamando e manifestando o nosso descontentamento, no entanto, os filhos podem ser por nós educados para cooperar. Assim, é de bom tom arrumar o compartimento que se deixa para trás. Neste aspeto, sou ainda uma sonhadora, pois o R. ainda não se organiza lá muito bem. Homens!! Quanto ao pequenote, lá vaio dando uma ajuda...

Limpezas
Não sou apologista de tirar um dia na semana para efetuar as limpezas. Prefiro estabelecer em que dias vou limpar o quê. Tenho um mapa semanal das tarefas fixas. Deste modo não há margem para indecisões. Às quintas-feiras, por exemplo, sei que é dia de lavar o frigorífico, pelo que o dia não pode acabar sem esta tarefa cumprida! De resto, vou limpando à medida que as coisas se vão desenrolando. Utilizar, arrumar e limpar é o lema!

Refeições
Semanalmente faço um menu adaptado às necessidades e especificidades de cada semana. Digo necessidades porque cá por casa fazem-se picnics com muita frequência e estamos de dieta, só podendo asneirar uma vez por semana. Por norma, tenho um inventário de toda a comida existente em casa. É a partir daí que elaboro o menu. Com as refeições planeadas, resta-me fazer a lista semanal de compras. Quanto ao almoço, improviso quase sempre uma salada, com vegetais frescos da horta. 

Compras
Realizam-se unicamente uma vez por semana. Compreendem artigos fixos, em quantidades fixas (por exemplo, 2 caixas de cápsulas de café e uma palete de leite por semana). Tenho uma lista onde constam esses esses itens, a qual acabo de preencher com as necessidades da semana. A par dos produtos alimentares, vou anotando as faltas noutras áreas (higiene, detergentes, fraldas, etc.)e, semanalmente, consoante as minhas possibilidades aproveito para fazer pelo menos um stock de entre duas a seis unidades, dependendo do produto. Logicamente que existem semanas em que não o faço por, ou não precisar do bem, ou porque simplesmente não tenho orçamento para o fazer. Para fazer estes pequenos stocks estou sempre a par das promoções, sendo que há coisas que não compro senão em promoção (detergentes, rolos de cozinha). Bem vistas as coisas e analisados os panfletos, há sempre artigos destes em promoção! 
Quanto à questão das superfícies escolhidas para fazer as compras, confesso que tenho 3 supermercados sempre na mira, e à 2.ª feira tiro a manhã para os percorrer a todos. Sei exatamente o que comprar e em qual comprar. Assim, torna-se indispensável uma pesquisa exaustiva dos folhetos, que se encontram on line.

Despesas
Tenho um dossier dividido pelos meses do ano, onde guardo todos os papéis inerentes às despesas. Desta forma, no final de cada mês, analiso os gastos, e reformulo estratégias de consumo. Rever os talões também me permite comparar os preços dos diversos produtos nos diversos supermercados. Com isto, sei exatamente qual o local onde adquirir produtos semanais mais em conta. Para além dos consumos inerentes à sobrevivência ainda tenho um pequeno hábito de tempos antigos, em que era rica e não sabia - tomar café na rua! Confesso que, aos poucos tenho andado a tentar acabar com esse ritual, mas não está a ser fácil! Se fizer as contas a um café por dia, o valor ascende aos 15 euros, e com esse dinheiro compram-se alguns pacotes de leite para o M.
Quanto às idas semanais ao supermercado, procuro dividir o dinheiro pelas semanas do mês, com base nisto e nos preços elaboro a lista das compras e o objetivo é não ultrapassar o orçamento máximo pré-estabelecido. Os vales de desconto e as promoções são uma ajuda útil para a redução da despesa. Chego a ter quase 20 euros de descontos!
As contas da eletricidade são as que mais pesam no orçamento, não é fácil gerir uma soma exímia para tantas despesas. Por isso, o meu orçamento mensal disponível varia consoante as surpresas que me surgem na conta da luz! Por norma, as primeiras coisas a cortar são os stocks de produtos e, naturalmente, as bicas...
Quanto às despesas com o pequenote, posso dizer que sou uma felizarda, o avô Manel paga a escola e a avó Elsa dá-lhe as roupas entre outros miminhos! Importa dizer que quendo ele nasceu éramos completamente desafogados e vivíamos com uma relativa abastança. Nada faria prever a situação em que me encontro. Por isso, as ajudas dos avós são indispensáveis à sobrevivência desta família!!
Temos dois automóveis, o meu e o do R., normalmente o meu está de serviço à família, o do R. como é a gasóleo e só tem dois lugares, serve fundamentalmente para as deslocações até ao ganha-pão. A cada um de nós, é destinada uma verba semanal para o combustível. A gasolina é posta à 2.º feira e o gasóleo é em dias fixos do mês para aproveitar os descontos da gasolineira.
Quanto às despesas de saúde, aí é que está o grandessíssimo problema, não sou autónoma para sustentar o meu tratamento. Com quase 40 anos, sou dependente da minha Mãe para me tratar. Quer as idas a Lisboa ao médico, quer as despesas mensais de aproximadamente 60 euros, são suportadas pela minha querida Mãe!
Relativamente à gata, praticamente não pesa no orçamento. A sua comida é a mais barata do supermercado e a areia gasta-se muito pouco, na medida em que faz quase sempre as necessidades na rua. Quanto às despesas de veterinário, a Câmara Municipal tem um serviço especial mais em conta para os moradores. Além de que são despesas esporádicas.
Quanto ao nosso vestuário, simplesmente não gastamos dinheiro nisso, vamos vestindo o que temos. Estimamos as peças tendo alguns cuidados a lavar para que não se estraguem tão depressa. Além disso no Natal vem sempre cá parar qualquer peça mais na moda!! Para corresponder à minha vaidade, há sempre a hipótese de colocar uma pregadeira aqui ou ali para dar um ar de novidade ao conjunto. O que é preciso é criatividade.

 

sábado, 4 de julho de 2015

Planificar a Semana

 
 
Mentalmente desnorteada, assumo-o, tenho necessidade de preparar a semana com alguma antecedência. Desde as compras que tenho de fazer ao que vou comer em cada refeição, tudo tem que estar minuciosamente planeado. Quanto às tarefas rotineiras, são feitas em dias fixos (lavar a roupa, limpar a sala, cuidar da horta, etc).
 
Apesar de não ter emprego, ocupações não me faltam. Para além dos estudos, tenho uma pequena quinta para governar, uma família para orientar, uma criança para cuidar, uma casa para tratar e ainda tem de me sobrar tempo para realizar alguns projetos de teor mais pessoal.
 
Quanto ao governo da casa, disponho de um orçamento muitíssimo limitado, pelo que os gastos têm de ser muito bem geridos. Sei exatamente o dinheiro que pode ser destinado aos transportes, às compras, à creche, etc.. Fazer o planeamento orçamental em épocas de tão grande crise, não é tarefa fácil. O ordenado do R. nem sequer é fixo, ou seja, cada mês reserva uma surpresa diferente. Sou muitas vezes surpreendida por uma soma exímia que tenho de fazer render e suprir todas as nossas necessidades. Cá em casa somos três, sustentar uma criança é muito complicado, por vezes é uma tarefa que, sem a ajuda dos avós, não seria possível.
 
Semanalmente, por norma aos Sábados, elaboro a ementa para a semana seguinte. Sei sempre quais são exatamente os alimentos que tenho em casa. Registo a falta de outros artigos não comestíveis, e finalmente, elaboro a lista de compras. As compras realizam-se unicamente uma vez por semana. Desta forma controlo melhor os gastos do supermercado.
 
Quanto aos transportes, tenho dias específicos para ir à bomba de gasolina, e normalmente, quando não há nada que se desvie do normal, tenho um determinado limite de dinheiro que posso gastar em combustível. O mais importante é haver gasóleo no carro do R., nem que isso signifique, abdicar de um passeio ao fim-de-semana.
 
Semanalmente vão surgindo novos problemas para resolver, telefonemas que é preciso fazer, assuntos que ficaram pendentes e que têm de ser tratados, e-mails para enviar, livros para ler, etc, etc. Não consigo fazê-lo se não especificar convenientemente quando tenho de fazer o quê. Estabeleço o meu dia-a-dia por objetivos. Sei exatamente o que tenho para fazer e em que dia da semana.
 
Quanto à minha roupa e à do miúdo, é naturalmente uma tarefa diária a ser revista no dia anterior. Diariamente, preparo o que cada um de nós vai vestir no dia seguinte. Mesmo os meus acessórios têm de ser devidamente pensados. E não, isto não é só vaidade! Nasce da necessidade que tenho de construir um cenário estável à minha volta.
 
Já que falamos de roupa, as máquinas fazem-se à 2.ª e à 5.ª, e passa-se a roupa ao Sábado para que estejas a postos para a semana que se avizinha. A necessidade de controlar os gastos de eletricidade levou-me a ter de escolher os dias a que faço as máquinas de roupa. Como referi, o orçamento é limitado e a fatura da eletricidade é das que mais custa a pagar.
 
Quanto à horta, para além da rega que deve ser diária nestes dias quentes de Verão, tem de ser cuidada em dias específicos. Não há necessidade de andar sempre à sua volta. As ervas daninhas não crescem de um dia para o outro. Quanto a mim, fico mais descansada se souber de antemão as horas semanais que terei de despender a tratar da quinta.
 
Relativamente às limpezas, não sou daquelas que considera muito útil reservar um dia da semana para as fazer. Estipulo cada dia para um determinado compartimento, pois de outra forma, ver-me-ia escrava da casa, sem tempo para tarefas mais prazerosas. No entanto, estas tarefas um pouco assopeiradas, não me cansam psicologicamente. Ao mesmo tempo que as vou fazendo, vou pensando no bem-estar da minha família, pelo que isso, por si só me preenche.
 
Por norma, durante o tempo mais frio, gostamos, os três de dar um passeio. Faço um lanche e se não for dia de chuva fazemos uma espécie de picnic em qualquer recanto de algum jardim. Estes passeios dão-se ao fim de semana e também eles, têm de ser preparados. No final da semana, se contamos sair, agarro no mapa, vou à net e junto informação sobre o local a visitar. Desta forma usufruímos melhor da visita.
 
Como se verifica, não gosto de surpresas! Quando a semana se avizinha, sei o que tenho de fazer e o que me espera. Naturalmente que há sempre imprevistos. No entanto eles baralham-me, por isso, planifico as minhas semanas minuciosamente. Como referi neste post, a organização é muito importante para mim!
 
Votos de uma boa e organizada semana!