sexta-feira, 20 de março de 2015

Até que a morte pensou que o tinha levado...

Imagem retirada da net

Era meu desejo ter postado ontem, pelo dia do pai. A verdade é que me faltou a coragem por um lado, e o vagar, por outro. O pequenote está doentinho e requer mais atenção.
Mais um ano que passou, mais um dia do Pai, mais um pouco dos meus pensamentos postos naquele de quem tanto gosto - o meu Pai! Confesso que nunca sei se diga: gosto, gostava ou gostei. Ele já cá não está fisicamente. Mas a sua presença é sentida a cada dia que passa. Nos meus atos, nas minhas palavras... tal não seria possível de outra forma, pois deixou a sua indelével marca em mim.
Há dias em que penso mais nele do que outros, o dia do Pai é sem dúvida um daqueles dias em que tenho, muitas vezes, o meu pensamento em si.
Não há palavras para dizer quem eras, quem te conheceu sabe o quanto valias. Há coisas inesquecíveis na vida, uma delas foi um amigo teu, no teu velório, dizer - Sem o seu Pai, sinto-me mais pobre. Não poderia estar mais de acordo, também eu me sinto mais pobre. Não gosto de lamentações, nem tão pouco quero fazer deste espaço um mural de lamechice. Não é de todo isso que me leva a dedicar-te estas palavras. Principalmente quero gritar ao mundo que tive o melhor Pai do mundo. Certamente todos dizem isto, mas o meu era sem dúvida especial.
Vi-o sofrer, agonizar até a morte o levar. Foi, talvez, uma das fases mais tristes da minha existência. Sabe Deus o quanto o queria perto de mim, agora. Foi com a sua força, que, apenas sete dias depois da sua morte, eu consegui defender a minha dissertação de mestrado. Foi apoiada nos seus ensinamentos que consegui levar a vida para a frente.
O que eu dava para que ele visse crescer o neto. Tal como excelente Pai que foi, daria um Avô ímpar, disso tenho eu a certeza.
Orgulho-me de Ti, Pai.
Nunca esquecerei as festarolas que fazíamos juntos, as passeatas ou mesmo as discussões filosóficas! Nunca me demarcarei dos teus ensinamentos. Nunca me esquecerei da forma singular como só tu sabias sossegar a minha alma inquieta. E, acima de tudo, nunca deixarei de sentir saudades tuas, por mais que te saiba sempre presente...

terça-feira, 10 de março de 2015

A Força da Amizade

 
Foto retirada da net
 
Mulher de pouco amigos, sou daquelas que acredita na força da amizade... Quem assistiu ao meu casamento, diria que sou um bicho do mato! A verdade é que uma pequena sala bastou para reunir as pessoas de quem mais gosto, e uma mesa apenas se rodeou das pessoas da minha vida, com quem não partilho laços de sangue.
A minha mais antiga amizade remonta a 1990. Fomos colegas de escola, e desde então nos relacionamos numa base de profunda amizade e confiança. Aliás, é assim que me relaciono com os grandes amigos.
 
Reformada das folias da noite lisboeta, onde bebi copos acompanhada de "multidões", sou agora uma mulher calma e tranquila, merecedora de uma vida pacata. Fisicamente muito distante, espiritualmente mais próxima do que nunca, usufruo de sólidas relações afetivas sem variações. Provavelmente, não criarei novas amizades, mas não poderia estar mais feliz com as que tenho! A diáspora levou-me algumas pessoas, a minha vinda para o campo afastou-me das restantes (até da minha Mãe).
Sou crente, não aquela espécie de crente numa entidade, apenas acredito que coincidências não existem! Relembro o episódio de uma grande amiga de quem perdi irreversivelmente o contacto com a sua partida para a Irlanda. Quis o destino que vários anos depois, eu entrasse no mesmo comboio que o marido dela, foi possível trocar contactos e reatar relações.
Acredito que as pessoas que connosco se cruzam, são para nos deixar a sua indelével marca. Com elas aprendi muito, conversei, ri-me e chorei. Fui egoísta, zanguei-me com algumas em determinadas circunstâncias, mas nada que os laços que nos unem se quebrassem.
A vida encarregou-se de crivar aqueles que não estavam destinados a percorrer comigo os trilhos desta vida.
Todos nós temos um cravo na vida, o meu é a morte. Cedo enterrei o meu melhor amigo, o meu Irmão e o meu Pai (por esta ordem). Bem precocemente percebi que tudo tem um fim. Bem precocemente conheci a força da saudade, saudade não daqueles que estão longe, mas saudades daqueles com quem nunca mais nos vamos cruzar, nem falar, nem ouvir, nem abraçar...
Em momentos trágicos como estes, tive sempre acompanhada de grandes amizades. Percebi que quando se gosta de alguém não se arreda pé! Percebi o quanto este meu núcleo duro é importante para a minha vida. Estas pessoas são todas "tias" do meu Filho, pois tenho-as como irmãs.
Obrigada a todas as minhas amigas pelos momentos maravilhosos que temos partilhado!