quinta-feira, 20 de novembro de 2014

De malas aviadas!


Bem, por muito que me custe lá vou eu rumo a Lisboa! Desta feita, para completar alguma investigação para os meus trabalhecos. Como, para não variar, será visita de médico, ficarei dois dias intensivos dedicada à recolha de informação na Biblioteca Nacional. Os restantes dois, servirão para viagens de comboio e um ou outro abraço às amigas, para compensar a saudade dos 300km que nos separam.
Até aqui tudo muito bem, mas até uma visita de médico exige a sua preparação. Eu, como mulher das listas que sou, já venho fazendo a minha desde que me decidi empreender esta curta viagem, é precisamente disso que quero falar - preparar uma curta viagem de trabalho. Tal como para tudo na minha vida, necessito de alguma preparação:

- Estabelecidos os dias em que permanecerei no destino, há que começar a pensar na traquitana. Uma lista, tudo tem o seu começo na, tão útil, lista. Como não podia deixar de ser, tenho uma agenda eletrónica muito complexa, mas adaptada às minhas necessidades. E não, não sou nenhuma croma da tecnologia. Há uns tempos baixei uma agenda feminina da net. A partir de variadas opções (que eram muitas) escolhi aquela que melhor me permitia gerir os meus dias. Trata-se de um suporte muito útil, com muitas funcionalidades, entre as quais, a possibilidade de elaborar as listas (sem as quais não conseguiria viver). É aí que nada pode escapar. Normalmente elaboro-as com algum tempo de antecedência, e não o faço de uma só vez. Com muita frequência, ao longo dos dias, vou-me lembrando de mais coisas para acrescentar.

- Ter em conta o transporte é fundamental. Uma viagem de carro não é equivalente a uma feita em transportes públicos. Normalmente, para me deslocar à urbe elejo o comboio. É a forma mais económica e confortável de enfrentar o correr dos quilómetros. Não sou aquilo que se chama de uma pessoa paciente e, quanto ao tempo das viagens, tenho um grau de tolerância muito reduzido (principalmente se não vou a conduzir!). Preciso de pensar no que fazer naquelas horas, não suporto "deitar tempo fora". Por isso, na minha mala, não pode faltar o belo do livro do momento, ou mesmo, embora mais raramente porque não costumo comprar, uma revistinha. O que importa é não morrer de tédio. Não me esqueço de assuntos pendentes. Aproveito o tempo para organizar algumas coisitas. Obviamente que me refiro a coisas organizáveis em tão peculiares circunstâncias. O tipo de transporte condiciona, portanto, o tipo e o volume de bagagem.

- A elaboração da lista, como tudo, obedece a regras que, para mim são fundamentais para que não falte nada. Assim, compartimento em vários itens: roupa, acessórios, calçado,higiene necessários, material de trabalho, etc.. Na secção da roupa, há muitos anos, que uma velhota me ensinou um pequeno truque - começar pelos pés e acabar na cabeça. Como sou daquelas que não se importa de utilizar a mesma toilete em dois dias, por cada par de dias componho um conjunto (acessórios incluídos). Por norma, procuro selecionar um par de sapatos versátil e confortável (nunca prescindo do meu conforto, por mais aguda que seja a minha vaidade). Na secção de higiene, por norma, quando vou a Lisboa, não levo uma maquia de produtos, pois tenho-os em duplicado no lugar de destino. Mas de uma coisa não prescindo - da minha maquilhagem e do meu perfume. Para estas ocasiões levo um conjunto de base qeu me permita ter um ar compostinho sem ter de levar um grande arsenal. Nos necessários não pode faltar nada! É uma parcela vital da bagagem - Documentos, medicamentos, carregador do telemóvel, etc.. Quanto ao material de trabalho, esse é sempre o mesmo: estojo, computador, bloco de notas e informações importantes. Completa-se assim a preparação da bagagem.

- Como sou meio obsessiva e até mesmo bastante ansiosa, morro de pânico de perder o comboio. Vejo na net horários e preços, e,mesmo assim,telefono para a linha de apoio a confirmar.

- Providencio a forma de me deslocar: casa, comboio; comboio, destino. Boleia ou táxi, tudo depende do dinheiro que levo no bolso ou a disponibilidade de familiares ou amigos.

- Nunca me esqueço que ao,longo da estadia, há refeições para fazer. Dentro ou fora de casa, opto pelo mais económico. Se como em casa, preparo o menu, se como na rua, vou ao supermercado buscar coisas para confecionar sandes chorudas que me permitam enfrentar um dia extenuante.

- Como gosto de aproveitar o pouco tempo livre para rever algumas amizades, tento arranjar uma maneira de o fazer. Apesar dos dias serem passados numa correria, sou daquelas que, com um pouco de método, arranja tempo para fazer tudo.

Acima de tudo, procuro preparar tudo bem preparadinho e como gosto destas coisas, junto-as aos milhares de tempos felizes que a vida me proporciona!!

Boa viagem!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Enfadada da crise...



No passado Domingo, o marido fez anos, 39 para ser concreta. Para o ano já entra nos entas, enfim, dói aqui, dói ali, dói acolá...
Foi dia de neura... não que não me tivesse divertido com a família toda em casa. O R. esteve de folga, a lareira sempre a carburar, o miúdo com as birras de quem esteve o dia inteiro em casa por causa da chuva. Enfim, um dia a mais que passou... O que não passa é esta maldita desta crise troicana. 
Tenho sido muito paciente em relação a esta falta de dinheiro, mas nesse dia, bem... foi a gota de água. O bolo de aniversário foi de chocolate, feito com restos do que havia por casa e um assalto ao mealheiro para comprar 1/2 de ovos, e não, não estou a exagerar! Já para não mencionar as velas, como estão caras e até tínhamos daquelas para quando falta a luz, não nos ocorreu nada melhor do que pô-las a uso!

Por falar em luz, esta semana recebemos uma visitinha dos edp's, imaginem para quê? Cortar a luz! Mas uma mãe faz de tudo para proteger a cria - perdi a vergonha e implorei pelo bem-estar do meu Filho, apelando à piedade dos técnicos. Fiz a minha cara mais lamechenta e consegui um adiamentozito!!

Infelizmente não nos quedamos por aqui - pode dizer-se que à fome não morremos! No entanto, andamos a feijão, couve e batata. Não é que nos faça mal, nos anos trinta ter qualquer um destes ingredientes numa mesa seria um luxo para muito boa gente! Não é isso que me incomoda, embora o bichinho da fome me visite de noite e os assaltos noturnos ao frigorífico façam parte do passado! Normalmente, entre a 6.ª feira e o Domingo planeio as refeições para a semana que se segue. Ultimamente, confesso que a imaginação me tem faltado para engendrar pratos à base de batata (a fartura cá de casa)!

Certa vez, quando os tempos eram bons, ou melhor, quando era rica e não sabia, estava eu em Amesterdão e vi uma dos quadros mais bonitos e marcantes que alguma vez vira - «Os comedores de batatas» de Vincent Van Gog. Há coisas realmente muito estranhas nesta vida. Não há coincidências, dizem as mentes mais crentes. Mal sabia eu, na altura, que um dia, eu mesma me transformaria em comedora de batatas!   

E assim vou andando neste enfado de me ver já um pouco enfadada da crise...

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Como rentabilizo os meus dias


O Outono já se instalou em pleno, embora ainda estejamos a ser agraciados por umas réstias de calor que fazem antever o Verão de S. Martinho. Este ano, as férias foram adiadas para Outubro. Rumámos à Caparica, onde se encontram os avós do pequeno, e eis que fomos surpreendidos com belos dias de praia, que nem em Agosto se fizeram sentir!!
As férias acabaram, e estamos de volta às montanhas da Serra. Este ano a rentré chegou um pouco mais tarde. Normalmente marco o início do ano em Setembro (ainda estou nos tempos de escola, em modo ano letivo!).
Este é a altura perfeita para iniciar novos projectos, cumprir com novas tarefas e estabelecer metas e rumos diferentes para ajustar a vida àquilo que queremos.
Este ano calhou uma importante decisão: DEIXAR DE FUMAR. Em momento oportuno partilharei o diário desta experiência.
Mas não nos quedámos por aqui, resolvi rentabilizar os meus dias de forma a torná-los produtivos, alegres e descansados. Agora, perguntam? Como é possível tanta coisa num só dia sem contradições?
Para ser honesta, há uns tempos atrás, achava que tal representava uma vã aspiração. A verdade é que este meu regresso à rotina quotidiana tem sido surpreendente!

Passo a explicar:

- Mensalmente estabeleço uma lista de objetivos. Estes não podem ser megalómanos, sob pena de não os conseguir cumprir e acabar com uma grande dose de frustração. Exemplo: perder 1kg; Ler um livro, etc... Coloco a lista no meu local de trabalho, de forma a estar sempre a vê-la e a não perder de vista aqueles e só aqueles objetivos:

- Divido o meu dia em três partes: Família, Horta, Estudos. Por família entende-se o tempo que passo nas lides domésticas e a tratar e brincar com o pestinha cá de casa.
Diariamente dedico-me aos cuidados da minha horta. Procuro estabelecer tarefas muito específicas e pequenas, exemplo: limpar a caldeira da laranjeira, plantar 12 pés de brócolos, etc.
Quanto aos estudos, ocupam a parte mais significativa dos meus dias. Depois da casa e da horta, está na altura de um banho revigorante, para mergulhar na década de 30 do século XX. Assim passa o tempo até à hora de ir à escolinha buscar o rebento.

- Verifiquei que, ao longo do dia, perdia muito tempo na net. Assim, destinei a 6.ª feira para publicar no blog (espaço de que não quero abdicar, porque é bom para a minha higiene mental).
De noite, depois de deitar o Martim, vou ao mail, passeio um pouco pelo fb e retomo os estudos, até me dar o cansaço.
Uma das coisas que gosto de fazer é colecionar receitas que procuro na net, imprimo e arquivo (confecionar as refeições da família é um hobbie para mim). Durante o dia, perdia muito tempo com isso, pelo que passei a fazê-lo logo que acordo.

- Contabilizo as horas. Salvo honrosas exceções, não me permito exceder um determinado tempo para realizar determinada tarefa. Claro que isto só é válido para aquilo que consigo fazer sozinha. Contar o tempo em que brinco com o meu Filho, está fora de questão! 

- Claro que os meus dias não são feitos de horários estanques, pois, por vezes o cansaço ou a energia toma conta de mim, e sou mais ou menos rápida a tratar das coisas. Mas de uma coisa não abdico - de alguns horários fixos. A alvorada dá-se pelas 5.30 - 6.00; 8.30 é hora de acordar o Martim, 9.00 rumar à escola; 21.00, deitar o miúdo. Tudo o resto gira em torno destas balizas.

- Por fim, devo dizer que me adoro, e que gosto de me cuidar, por isso, às sextas-feiras, depois dos trabalhos agrícolas, reservo um tempinho para os meus tratamentos de beleza caseiros, sem descurar a máscara facial, acompanhada de 15 minutos de papo para o ar, a ouvir música indiana e a respirar incenso!!

E por aqui me fico em relação à forma como rentabilizo o meu dia-a-dia! Espero que se inspirem!!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Pelos caminhos de Portugal


Aproveitando as réstias de sol que este Verão ainda nos deixa, lá fomos nós para mais um dia de intensa passeata. Desta feita o destino foi Pinhel. GPS às costas? Não!! Confesso que não sou amiga das tecnologias e que, quem me tira o cheirinho a papel tira-me tudo. Não fosse eu filha de um oficial do Exército, saquei do mapa, do instinto da orientação e, com mais diversão, fomos seguindo as estradinhas indicadas no papel.
Já tenho mencionado que estou sempre a ser surpreendida com novas paisagens e monumentos de encantar. Como é lindo este nosso Portugal!
Este Portugal onde a miséria grassa, onde o interior está despovoado, onde a restauração está pela hora da morte, onde não há dinheiro para conservar o nosso Património histórico. Cada vez que saímos para a passeata não nos esquecemos do saco do farnel, onde lá dentro levamos sandes com tomate e alface oferecidos pelos vizinhos. Não nos esquecemos, também de encher as garrafas com água, porque refrigerantes para fazer a festa já não se compram. Onde almoçaradas fora, a provar as iguarias nacionais, já não se fazem por falta de verba.
Recordo com saudade as voltas que dava com o meu Pai por esse Portugal afora. Para além da sua excelente companhia, podia-se almoçar, lanchar e jantar fora. Podia-se dormir em hotéis, estalagens e pousadas. Hoje em dia, as mordomias acabaram, a vida faustosa de outrora é uma realidade distante. Viajar pelo mundo é uma miragem.
Fruto da época de crise troicana, estou em casa sem trabalho, com poucos recursos e com um filhote nos braços. O que tenho em amor para dar não tenho para pôr comida na mesa, sem a ajuda da família.
Não, não me estou queixando. Adoro a vida que levo. Na verdade nunca imaginei que vida de pobre fosse tão compensadora. Exagero, bem sei. Ser pobre não é propriamente uma tragédia. Tragédia é ver aqueles que amamos partirem.
Para além destas pequenas tragédias pessoais, triste, mesmo, é a tragédia coletiva, em que Portugal está mergulhado. Imagens como a que eu posto aqui são reveladoras de um País cujo atraso, em relação a muitos outros, se faz sentir de forma assustadora. Para os saudosistas do Portugal de antigamente, sim... é bonito poder ver, nos dias que correm, um burrito a comer descansadinho no seu quintal. Bonito, bonito seria não haver gente a viver em casas tão miseráveis como aquela que aloja este meigo animal.
Não sou daquelas pessimistas que acham que tudo está mal. Pelo contrário, ainda vai havendo muita coisa positiva no nosso viver bem português.
Nacionalista? Um pouco! Mergulhei de cabeça numa existência rotineira, simples e campónia. De tal não me arrependi, a não ser de não ter tomado esta decisão há mais tempo. Semanalmente, quando o dinheiro para a gasolina vai sobrando, vou dando umas voltitas por aí. Adoro conhecer estes locais recônditos do País, locais que me fazem sorrir, locais que me fazem feliz, locais que me dão que pensar. E assim vou andando pelos caminhos deste nosso Portugal...

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Setembro - mês da Vida, mês da Morte

 

Quem não se recorda do 11 de Setembro? Provavelmente, poucas foram as nações do mundo que terão passado ao lado desta tragédia.
Setembro é para mim o melhor e o pior mês do ano. Sem dúvida alguma!

Há uns anos, no aniversário da minha Mami, vi imagens terríficas das Torres Gémeas a serem alvo do pior atentado terrorista de todos os tempos. Muitas vidas ceifadas em nome de ideais pouco compreensíveis aos meus olhos.

Há uns anos, recebi, talvez, a mais fatídica das notícias pelo telefone - Vem para casa que o teu Irmão partiu! Partiu?? Não, não acreditei, fiquei, quem sabe num estado semi-de-choque. A verdade revelou-se, vi-o já cadáver, em cima da sua cama, no quarto ao lado do meu. Era assim, ele estava mesmo morto e o dia 20 de Setembro ficou, para sempre, cravado na minha vida.
Após os rituais inerentes à morte de um ente querido, seguiu-se um vazio difícil de explicar, mas muito duro de se sentir.
Seguiram-se anos de tristeza enlutada. Vi os meus pais definharem e envelhecerem a passos largos. Eu própria, devo ter ganho algumas rugas no rosto, ou quem sabe, uns poucos cabelos brancos.
O meu Pai rendeu-se à doença. Nunca mais foi o mesmo desde a morte do seu Filho. Será melhor ter partido? Para ele provavelmente sim. Morreu sereno e em paz de mão dada com a minha Mãe. Curiosamente, também o aniversário do meu Pai se celebrava em Setembro.
Sinto a sua falta? Muito! Mais do que as minhas forças conseguem suportar. Alma minha, tão cedo que partiste/ e viva eu cá na terra sempre triste. O meu Pai era a minha Luz. Com ele aprendi muito, passeei muito, ri muito e, acima de tudo, fui muito amada.

Ainda falando do mês de Setembro, a minha Mami, celebra o seu aniversário a 11. É um dia a mais que passa com a alegria que lhe resta de ter uma filha junto de si. Perdeu tudo, ou quase tudo, pois quando se perde um filho, as nossas almas devem ficar igualmente perdidas. Hoje, ela é a minha força, o meu suporte. Dá-me coragem, inspira-me, ela é ,sem dúvida, uma força da natureza. Um furacão andante, como lhe costumo chamar!
Faz três anos, a 23 de Setembro, que fui brindada com a mais bela das prendas - o meu Filho!

Setembro, mês da Vida, mês da Morte... indubitavelmente, com sabor agridoce. À tua, mês da minha vida!!





segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Síndrome de dona-de-casa



Por norma, a segunda-feira não é o dia mais desejado da semana. Pois, comigo é ao contrário. Usualmente, é neste dia, que retomo as minhas atividades rotineiras. Após um fim-de-semana azafamado, o tão almejado silêncio! O tão almejado descanso! A tão almejada organização caseira!
Agora, por exemplo, estou no meu salão, com vista para as montanhas, a postar neste meu cantinho. Coisa que ao Sábado e ao Domingo não é possível a partir das 6.30 da madrugada! O pequeno acorda e, já se sabe, lá vai o meu (o nosso) sossego. Não me estou a queixar, apenas a ser realista. Nunca tenho saudades da minha vida de solteirona, mas quando estou a morrer de sono e tenho um pequenote a dizer: Mãe levaaaaaaaanta!!, confesso que sinto alguma nostalgia...

Mas andemos direitos ao assunto que por cá me trouxe. Hoje é dia de síndrome de dona de casa. Ontem, excecionalmente não deixei tudo arrumado antes de me deitar. Resultado, quando me levantei e fui à cozinha ia tendo um "treco lareco"! Meu Deus, como pude ir dormir de consciência tranquila??!! Assim, logo pela manhã fui invadida por um sentimento tipo "dona de casa perfeita" e deu-me logo vontade de colocar tudo em ordem, mas como eram 5.30 não deu para fazer grande coisa por causa do barulho. Tudo isto para dizer que hoje estou com uma enorme vontade de me dedicar às lides domésticas. Sim, gosto de me dedicar à casa e à família. Com o tempo aprendi a gostar desta minha vidinha caseira.

Há uns anos atrás se me dissessem que iria ficar em casa a cozer meias e a tratar da família, diria que isso era coisa de gente doida. Hoje não aspiro a uma carreira, mas a uma vida feliz, a qual não passa obrigatoriamente pelo emprego. Claro, que uma ocupação é necessária ao bem-estar mental de qualquer um de nós. No meu caso,  
tenho sempre a minha investigação e leituras para atualizar.

Um dos meus passatempos favoritos passa também pela cozinha. Adoro estar à frente das panelas a improvisar para a família. Também gosto de arrumar a casinha, fazer as camas, mudar lençóis, lavar roupa.....e não me chamem louca! Não esquecendo as arrumações e as listas (a minha vida sem listas seria um caos). Ando sempre em arrumações. Tira daqui, põe dali, há sempre coisas para e por organizar.

Hoje, definitivamente, é um daqueles dias em que me sinto inspirada para arranjar o ninho e até quem sabe fazer um pudim de côco. Tenho na dispensa algum que já está a passar do prazo e precisa de ser consumido.

Apesar de ter alturas em que me sinto enfadada do lar, hoje sinto-me uma verdadeira fada-do-lar!


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Para o sol da Caparica

Alfacinha de gema, criada entre Lisboa e a Costa da Caparica, não posso deixar de passar lá as minhas férias. Ao encontro de antigas amizades, socializando um pouco aqui e ali, lá estou eu na minha casinha de praia à beira mar plantada!

 
 

Duas semanitas foi o tempo escolhido para, por lá, ficar. Um cheirinho a mar e a cidade. Houve tempo para umas visitas a Lisboa e umas idas relaxantes à praia. Bem, não forma lá muito relaxantes, tendo em conta, que com um pequenote vale tudo menos tirar olhos!
Se gostei? Sim, gostei. Deu para reviver velhas memórias e relembrar os cheiros do passado. O cheiro a mar e às noites quentes de Verão que já lá vão!
O balanço foi positivo. Após longos meses a afirmar que não queria voltar à cidade, lá me convenceram de que a praia fazia falta ao menino, o iodo, blá blá blá...
De malas aviadas, lá fomos os dois rumo ao sol da Caparica. Infelizmente o R. teve de ficar a trabalhar para garantir o sustento cá da casa.
Chegados a Vila Franca, não é que o pequeno desamarra o cinto de segurança e começa aos pulos no banco detrás em plena autoestrada??!! Começamos bem, está visto. Alto stress após quase quatro horas de viagem. Para quem não conduzia há quase dois anos na cidade, acreditem que foi um valente de um susto. O resto da viagem foi a ouvir os berros do banco detrás devido à valente reprimenda!

Começa então o stress inerente às minhas idas a Lisboa:

- o barulho e a confusão entram-me pelos ouvidos e pelos olhos abanando a minha reatividade. Credo, tanto estímulo, não dá para acreditar que esta foi a minha realidade ao longo de 36 primaveras.

- Carro na oficina, mudança da cadeirinha para o carro da Mami, e lá fomos nós, em grande euforia, rumo à Costa da Caparica. Toneladas de prendas à nossa espera e encomendas de queijos, azeitonas e afins e muita, muita animação à mistura. A excitação de quem não vê o neto há alguns mesitos não é fácil de controlar. Contas feitas, começámos bem.

- Engolido o almoço, e pequenote na sesta, estava na altura de fazer algo que não fazia há longo tempo - tomar um cafezito na esplanada da praia sozinha e muito descontraída!

- Avizinhou-se o fim da tarde e com ela a tão almejada visita aos avós paternos. Mais uma dose de excitação e euforia. Agora, era eu quem estava a precisar de uma sestinha!!

- À noite, o inacreditável deu-se - fui ao café. Já não me lembro de qual foi a última vez que fui ao cafezinho do depois-do-jantar. Provavelmente desde que o M. nasceu!!

- Praia, passeata, compras, afazeres e barulheira não me faltou. Descobri muitas coisas novas:

* que o barulho do mar é ensurdecedor;
* que a poluição da cidade entra pelas vias respiratória a dentro e provoca lesões na pele do interior do nariz;
* que a coisa mais acertada que fiz na vida foi sair de lá para fora.

E assim, passadas as duas semanas, com as saudades de casa e do meu mais-que-tudo a apertar, foi com muita satisfação que deixei para trás a urbe e rumei à minha vidinha pacata no campo...

domingo, 24 de agosto de 2014

Desaparecida em combate!

De Junho a Agosto estive em combate... um combate que travei contra a mim mesma... Passo a explicar:
Como já tenho referido sem pudores, sofro de perturbação bipolar. Existem dois tipos, a I e a II. A minha é a II, ou seja, travo periodicamente batalhas contra depressões endógenas relativamente profundas. Eu digo relativamente, porque estou medicada, o que faz com que as crises possam ser combatidas com fármacos.

Assim se explica o meu desaparecimento do mapa ao longo de dois meses. Por norma sou vivaça quando não viro zombie.

Deveria ter experiência destas coisas e não me deixar abater tanto, enfim, gostaria que assim fosse. A verdade é que não me é possível controlar tal estado de alma. Quando entramos em depressão por um motivo qualquer, podemos tentar resolver o problema e combater aquilo que nos perturba. Porém, quando tudo está bem e só nos falta a sarna para nos coçarmos, não nos é possível compreender porque motivo perdemos a razão da vida. Não há mal que queiramos combater, não há força para combater um inimigo que não se vê, mas que sabemos que existe. Não compreendemos por que motivo o nosso cérebro nos deixa tão de rastos. Maldita serotonina que vagueia pela minha cabeça desnorteada!
Felizmente, não há mal que sempre dure e agora estou recomposta e pronta para a próxima, mas sempre desejando que isso aconteça daqui a muito....muito tempo. E digo próxima, porque sei que ela vai acontecer e que eu tenho de estar preparada para pedir ajuda.

Com um longo CV de depressões, vou deixar aqui algumas coisas que aprendi a aprender:

- A depressão é uma doença grave;

- Ao primeiro sinal não pode haver inibições, é necessário entrar em ação, e pedir ajuda;

- Não se pode deixar a família à parte deste problema.

- Chorar é preciso, não cura, mas pode aliviar as dores no peito (nisto sou mais uma teórica do que uma prática, hoje em dia poucas lágrimas me permito verter. Porquê? Não sei lá muito bem!)

- Não me posso deixar levar pela sensação de inutilidade. Tenho de partilhar com a família a ideia de que isto é uma fase que vai passar. Passa sempre...

Claro que estes passos tive de aprender à custa de muito sofrimento, auto-incompreensão e, por vezes, auto-destrutividade. Não é coisa que aconteça com ligeireza. Conhecer e consciencializar o mal é meio caminho andado para a cura.

E assim vivi mais um combate desta guerra que é a vida, não a que escolhi, mas a que me calhou...

sábado, 24 de maio de 2014

Maternidade a quanto obrigas...


Cuidar de uma criança pequena consegue ser uma tarefa titânica. Põe-nos à prova das mais diversas maneira e feitios! Põe à prova os nossos nervos, a nossa paciência e até nos perguntamos incansavelmente se estaremos a fazer a coisa mais acertada. Naturalmente que, por vezes sim, por vezes não. A cada dia que passa aspiramos a ser perfeitas, embora saibamos que isso não é uma possibilidade. A cada dia que passa nos perguntamos se estamos a fazer a coisa mais acertada relativamente a uma determinada situação. Apesar da maternidade ser uma experiência comum às mães ela é vivida de forma diferente. Cada mãe é uma mãe.

Aqui deixo algumas situações que me fazem pensar, e muito!

- Naqueles primeiros tempos da vida do meu Filho, preocupada mais com os cuidados primários do que com os afetos, deveria ter-me esforçado mais para criar um vínculo? Será que a estafa falou mais alto? Porque me sentia um trapo humano? Cansada, estafada e sofrendo as complicações do pós-parto, sinto que não cumpri com o meu papel afetivo.

- Hoje em dia, com dois anitos, quase três de trabalho maternal, estarei a educa-lo da forma mais correta e consistente? Face a tantas situações novas que me surgem na hora, estarei a fazer as opções mais sensatas? Será que sou demasiado permissiva, demasiado castradora?

- Haja paciência!! É preciso ter muita para enfrentar o dia-a-dia. Quando chega àquela altura em que nos estão sempre a moer o juízo, o melhor é contar até 100, e esperar pacientemente que as birras passem, que apertem os sapatos sozinhos levando o triplo do tempo e que façam o que nós lhes pedimos. Aqui entra a eterna questão existencial - serei suficientemente paciente? Estarei a demonstrar um grau de tolerância adequado? Devo gritar com ele? (embora os especialistas digam que não, há alturas em que nos apetece mesmo, é enfiar a cabeça num buraco e dar um daqueles gritos capazes de se ouvirem no outro lado do mundo!!)

Haja disponibilidade mental! Para prestar os cuidados necessários é necessário ter muita. Quando se está mal, um simples dar banho custa. Aqui entra a minha eterna questão - será que, por ser uma pessoa muito instável, terei tomado a atitude correta, quando decidi que queria muito ser mãe?

Estas são algumas questões que invadem o meu dia-a-dia, como mãe e a cada minuto que passo com o meu filho. Diariamente me questiono se terei feito tudo como deveria ter feito, e diariamente chego à conclusão que numas ocasiões sim, noutras não. Apesar de aspirar à perfeição, nunca serei perfeita como mãe. Isso não existe...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

De visita à Cidade

 

Roupinha catita e malas feitas, lá vou eu, no comboio das 7.30, rumo à Cidade Grande! À boa maneira citadina, lá enfrento três horas de viagem com muita impaciência. Com ganas de rever a minha mãe e o sítio que me viu nascer, vou vislumbrando a paisagem que se torna menos bela, à medida que se vai rumando a sul. Os belos barrocos e as montanhas verdejantes vão dando lugar a aglomerados de prédios e vivendas. Mas enfim... lá chego!
Com pé em terra firme, confesso que senti uma certa tonturazita no meio de tanta gente. Lembro-me de quando era miúda e ia de férias por um mês para a Caparica (que na altura era uma aldeola), ao chegar a Lisboa, direta para o autocarro, me sentia meia zonza.

Mas, retomando o fio desta meada... lá chego e reencontro a minha mãe com um ramo de gerberas grenás (a minha flor favorita). Rumamos de imediato à Costa da Caparica, queria muito ver o mar (as cinzas dos meus entes queridos jazem aí). Depois, adivinhem, restaurante japonês com ela! As iguarias exóticas são um dos meus grandes prazeres, e por cá, por terras da Serra são praticamente inexistentes.

Tinha saudades da baixa lisboeta, por isso, não poderia visitar Lisboa sem por lá passar. Incrível como está tudo na mesmíssima. Toneladas e toneladas de gente em caminhada com destino e sempre com muita pressa de chegar. O que talvez tenha mudado é o facto de se ver quase toda a malta agarrada ao telemóvel. Penso que, há uns tempos atrás, não se via tal fenómeno em massa.

Depois desta visita, que apesar de tudo, me deixou com vontade de regressar, rumei a Alvalade, um pouco mais calma, mas ainda assim, estonteante para o meu ritmo novo de vida. Lá tratei daquilo que tinha a tratar e finalmente o destino foi a casa que me viu crescer.

Como tudo mudou, de uma casa com um quarto para cada irmão, já não resta senão um quartito para me receber quando estou de visita. O meu quarto virou escritório, já pouco reconheço das salas mas a cozinha mantem-se igual a ela própria, como sempre foi. Apenas os lugares de alguns objetos foram trocados, e utensílios novos que se foram adquirindo. Dos meus tempos de menina, nada resta, como aliás se reduziu a minha família. Éramos quatro, somos duas...

Passei uma noite descansada, apesar dos barulhos da incessante estrada cujo corrupio não para, quer de dia, quer de noite. Na mala trago apenas uma certa nostalgia daquilo que fui e já não sou, daquilo que queria e já não quero...

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Campónia, mas não muito...

 

Amanhã é dia de rumar ao comboio com destino a Lisboa para tratar de alguns assuntos. Mas não me vou demorar muito, vou 6.ª e volto Sábado. Chego por volta das 11.00 com compromisso às 18.00. Tenho saudades da Baixa de Lisboa e do mar. Como o tempo escasseia, vou optar pelo mar. De tarde vou a uma grande superfície, à boa maneira citadina, para ver se encontro por lá, um bikini para me fazer o Verão. O meu já está velho e gasto. Desde que fui mãe, pouco ou nada compro para mim, mas desta é que é!
Feitas as contas, será uma manhã para ver o mar e a tarde para mergulhar na vida da cidade no seu esplendor. Pelo meio, umas tentativas de tomar algum cafezinho com alguém das minhas amizades.
Se tenho receio de lá ir, confesso que sim. Na altura em que por lá vivi a confusão, por vezes, deixava-me azamboada. Desta vez, estou certa de que o azamboamento ainda vai ser maior. Habituadíssima à vida pacata da aldeia, sem saudades da urbe, à exceção das pessoas que lá deixei, calculo que irei vir de lá muito cansada.
As razões que me levam a não alongar a estadia prendem-se essencialmente com as saudades que vou ter da família, e, naturalmente, por ter um pequenote para tratar.
Para cá, para a santa paz do campo, trouxe alguns vícios difíceis de largar. As pastelarias com bolos apetitosos são praticamente inexistentes. Restaurantes exóticos também não os há. Claro, que aproveitarei qualquer pretexto para uma ida ao restaurante japonês.

Agora, passados tantos anos, vejo com alguma saudade aquelas idas matinais para a faculdade, no meio do trânsito e da confusão. Para não mencionar as megas folias na noite lisboeta. Eu costumava gostar da festarola, e não perdia uma, mas tudo tem o seu tempo....

Lisboeta de alma e coração, nunca lá deixei o meu. Sempre sentindo-me errante na urbe, procurei o meu destino longe dela. Recordo com muita satisfação as voltas que dei com o meu saudoso Pai, por esse Portugal a fora, vendo e descobrindo sítios maravilhosos. Desde muito jovem que escolhi onde cabia perfeita a minha alma. Os anos passaram, a oportunidade deu-se, e cá estou eu, no sítio que escolhi. Sou agora uma campónia, mas não muito...


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Pra fora cá dentro




Este Sábado foi dia da passeata da grossa. Com destino incerto, lá fomos nós sondar praias fluviais para curtir no Verão!
Devo dizer que foi magnífico. Já cá estamos há quase ano e meio e ainda há tanto para conhecer.
Máquina fotográfica, biberon da água e bolachinhas em riste, lá rumámos com muita esperança de encontrar sítios bonitos para nos surpreendermos. A verdade é que nos surpreendemos bastante. Quanto mais voltas dou por caminhos da Serra da Estrela, mais me convenço que a minha vinda para cá foi a mais acertada.
Esbarrámos com duas praias, uma melhor que a outra! Numa, mais selvagem, vimos algumas autocaravanas de camones - eles é que sabem curtir a reforma!! Numa outra, um cenário lindíssimo ajardinado com esplanada e aspeto mais civilizado. O parquinho de diversões não foi esquecido e lá andou o pai, braço acima, braço a baixo, na brincadeira com o pequeno para baixo e para cima.
A meio, o indispensável café numa aldeola de onde trouxemos uns bolinhos maravilhosos que fomos roendo pelo caminho.
A temperatura não podia ser a melhor e mais amena. Houve até um certo arrependimentozito de não termos levado o fato-de-banho.
Claro que, no fim-de-semana, não nos quedámos por aqui. No Domingo, foi dia de ida ao nosso rio costumeiro com bifanas atrás e lá se engordou mais uns quilitos à conta do belo assado e a batata frita de pacote! O pequenote, na sua viatura todo-o-terreno, que é uma motinha de dar ao pé, foi quem mais se divertiu.
Resta-me dizer que o Marido teve folga. E ora, pai de folga é sinónimo de mãe de folga nos cuidados ao rebento. Assim, também eu, muito me diverti e relaxei!

sábado, 10 de maio de 2014

Pulga elétrica vs minhoca

 
Ou estou com a corda toda, ou pareço uma minhoca a arrastar-me por aí! Claro que de quando em vez, nem mar, nem terra...
De momento, estou na metamorfose da pulga para minhoca! A safa é que, para a semana, vou ao técnico da carola, para ver se ela me deixa mais bem vista.

Será do calor? Será do tédio? Será falta de passeata? Penso que é um pouco de tudo e de nada...

Por norma, gosto de acordar quando toda a malta ainda dorme. É uma forma de ter algum tempo para mim. Quando o miúdo acorda, é para esquecer, acaba-se a folga. Quando não tenho energia para me dar este tempinho, ou seja, quando não consigo alvorar, começo a aperceber-me que estou a entrar na tal metamorfose.
Para mim, é muito desanimador saber que estou prestes a tornar-me numa minhoca ambulante. Ambulante porque se arrasta por aí, sem norte e cheia de dores no corpo.

A perturbação bipolar tem destas coisas. Antigamente chamavam-lhe psicose maníaco-depressiva, quanto a mim, esta nova designação não passa de um eufemismo! É mesmo assim, ora se está em alta, ora muito pelo fundo do poço. Tenho momentos bons, certamente. A isso devo uma constante medicação e acompanhamento médico. Por vezes é frustrante saber que a falha das tomas pode dar cabo de mim (o que já aconteceu no passado). Não porque me esqueça delas, simplesmente quando passei pela fase da revolta achava que não podia estar presa a medicamentos para o resto dos meus dias. Rapidamente passei dessa fase ao conformismo absoluto e daí ao esquecimento desta maleita. Isto é, hoje vivo uma vida dita normal, e só quando as crises aparecem é que me lembro que sou assim e ponto final. Não ando obcecada com isto, como já andei. O Marido até costuma dizer (quando me vê doente) que é apenas um parafuso desapertado! 

Infelizmente, vivemos numa sociedade em que as doenças mentais, ou mesmos as idas ao psiquiatra, ou são de gente doida ou de quem não tem mais nada com que se preocupar. Pessoalmente não considero que esta seja uma forma sensata de encarar as pessoas que têm algum tipo de problema desta género. Acho que nós, se não estivermos numa fase muito aguda da doença, somos tão ou mais capazes de enfrentar a vida e o mundo, do que muita gente que por aí anda.

Costumo dizer também que o melhor é não tecer comentários a este nível, pois não sabemos o que o futuro nos reserva, nem para nós, nem para os nossos filhos, e quem cospe para o ar...

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A vida sem tv

 
Ontem pela tardinha, para não variar e aproveitando este belos dias de Maio, debandámos todos para o quintal, depois da hora da escolinha. Regámos, sachámos e até plantámos umas couvezitas que a vizinha veio cá trazer.
 
Hoje apetece-me falar da importância de não passar a vida em frente a uma tv.
 
O R trabalha numa empresa de telecomunicações e eu pasmo quando ele me conta que as mães ligam para lá muito aflitas por não terem sinal e terem filhos pequenos, do tipo - Já viu a minha vida? Sem tv e com crianças em casa!!?? No mínimo, é coisa para eu ficar estarrecida!!
 
Nós por cá não vemos tv. Cortámos o mal pela raiz e resolvemos nem sequer contratar o serviço. Bem sei que inicialmente foi por não termos dinheiro para o fazer. Agora as coisas melhoraram um pouco, mas percebemos o quão bem vivíamos assim, e decidimos que tv não volta a entrar em casa.
 
Quando os dias estão chuvosos, convive-se, lê-se ou espreguiça-se. O meu Filho tem bastantes brinquedos, de modo que se entretém a brincar. Conversa muito e por vezes até tem zangas imaginárias, sabe Deus com quem. Antes de ir para a cama, brincamos juntos e lemos os livrinhos dele.
 
Sem tv, a comunicação entre os elementos da família melhora substancialmente. Em casa, não estou sempre a brincar com o meu Filho. Tenho outras coisas que fazer para garantir o seu bem-estar - jantar, roupa, arrumações, etc..,no entanto ele habituou-se a ser autónomo nas suas brincadeiras. Se estou duas horas presa a uma tarefa, ele está duas horas embrenhado nas suas brincadeiras, sem precisar de estar em frente a uma tv.
 
Já lia bastante, é algo de que gosto muito. Mas confesso que, por vezes me desconcentrava quando lia e o R via tv ao mesmo tempo. Agora, podemos conviver pacificamente na sala sem sermos interrompidos pelo som da tv, ou mesmo sem estarmos a ligar um ao outro por a tv parecer mais interessante. Agora a disponibilidade para a leitura é muito maior.
 
Agora, em retrospetiva, vejo como a tv me embrutecia de dia para dia. Descanso, para mim, era sinónimo de estar deitada no sofá a olhar para o que o ecrã me mostrava. Mas há muito, que isso deixou de fazer algum sentido para mim.
 
 



terça-feira, 6 de maio de 2014

Ele há dias...

Já tenho mencionado por aqui que gostaria de ser uma menina organizadinha e comportadinha. A verdade é que, à exceção da papelada, nunca fui o protótipo da organizada, quanto ao comportadinha, devo dizer que já tive dias piores! Uma mulher casa, constitui família e as folias ficam para trás!! À parte as pseudo-nostalgias, sou feliz com aquilo que tenho e com aquilo que sou. Bem... gostaria de ter uns kilos a menos, isso mudaria muita coisa! Fora isso, tudo bem!

Hoje, estou naqueles dias menos bons. A verdade é que me falta a energia. Volta e meia caio num estado meio para o letárgico. Tudo me custa, faltam-me as forças e, pior um pouco, falta-me a vontade. Chego mesmo a sentir uma certa solidão. Como, se tenho marido e filho?! Não sei explicar lá muito bem. É uma solidão estranha, de sentido de vazio e sem norte. Tão sem norte como aquilo que escrevo.

Tenho procurado incessantemente alguma ajuda em blogs de felicidade e organização. Pessoalmente acho que na desordem não pode residir a felicidade. Se gosto tanto de ordem, como posso ser tão desorganizada?!

Preguiça será a minha maleita? Que ciumeira daquelas mulheres que postam o seu quotidiano impecavelmente elaborado e arrumadinho, em blogs também eles tão organizadinhos! Por que raio não consigo organizar-me de uma vez por todas?? Pior do que isso: por que raio sou tão teórica da organização e tão miseravelmente prática em relação à mesma??!!

Por outro lado, pergunto-me como posso eu ser preguiçosa, se adquiri tantos graus académicos e tive uma vida profissional cheia de sucessos??!!

Faltar-me-á a vida profissional para me preencher? Disseram-me, uma vez, que eu tenho de exercer a minha profissão para não perder a minha identidade. Não acredito muito nisso, pois o que se leva desta vida não é o trabalho, mas os bons momentos passados com aqueles que amamos ou mesmo sozinhos.

Hoje escrevo em tom de desabafo. Quero muito que este blog seja como uma espécie de espelho daquilo que sinto e daquilo que sou. Gosto de pôr a descoberto a realidade das coisas com tudo o que elas têm de bom e de mau. Não sou a típica pessoa que diz: vai correr tudo bem, não te preocupes... Bem pelo contrário vou sempre a traçar o pior cenário e isso tem-me trazido muitas alegrias e poucas desilusões. Quando acaba mal, já esperava, quando acaba bem, fico feliz.

Ouvi muitas vezes: não te preocupes que vai acabar bem... e acabou no velório do meu Pai. Ouvi outras tantas: ele vai-se curar e realmente curou-se, pois a morte o levou! Feitas as contas à vida, não tem corrido lá muito bem. Mas gosto dela, sempre gostei, embora, por vezes, tenha preferido não estar viva!

Este discurso é um pouco depressivo e controverso. Tão controverso como a minha mente inquieta, uma mente de uma doente bipolar, que ora está bem, ora está mal. Cuja vida tem sido uma roda viva de saltos e quedas.

Não, hoje não me sinto especialmente em queda, apenas com um pouco de energia a menos!!

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Falar de homens sem rodeios

Hoje, falo de homens sem rodeios.

Primeiro - Pastelões

Segundo - Egoístas

Terceiro - Idealistas

Quarto - Ingratos

Ora, analisemos cada um deste pontos:

Pastelões - penso que a isso bem o podem dever às suas mãezinhas. Não percebi ainda muito bem quais as razões que levam as mães a os ensinar unicamente a sentar-se à mesa e comer. A verdade é que a nossa geração do pós 25 de Abril, em questão de educação de machos não difere muito da dos anos 30. Isso faz deles uns pastelões? Sem qualquer sombra de dúvida! As mulheres da minha geração (que sou dos 70's) são umas sacrificadas em termos de sobrecarga de trabalhos caseiros. para além de trabalharmos muito, ainda temos de tratar e alimentar três ou mais pessoas, consoante o número do agregado. Eu até costumo dizer que essas mães educam os filhos para que as filhas dos outros sejam suas criadas!!

Egoístas - Quando se deixa um compartimento para trás, há-que garantir que a próxima pessoa que nele vai entrar, o encontre limpo e arrumado. Será isto muito difícil de encaixar? Egoísmo não se prende apenas com a partilha material. Também é egoísmo não pensar no bem-estar das outras pessoas. Quando se deixa tudo desarrumado para quem vier a seguir arrumar, escusa de dizer-se que também se trata de uma profunda forma de egoísmo. Neste aspeto os homens são exímios. E quando nos dizem que por eles escusamos de fazer jantar e nós, atónitas, pensamos: e nós e os nossos filhos, não comemos!?

Idealistas - Porque acham que nós deveríamos andar de cara alegre, lindas e esbeltas depois de um extenuante dia de visitas a tratar da casa e de todos, não esquecendo o pequenote. Idealistas porque consideram que as outras mulheres têm mais genica do que nós que fazemos qualquer coisita em casa e ficamos de rastos. Idealistas porque acham que as outras fazem tanto ou muito mais que nós e andam sempre de bem com a vida.

Ingratos - Porque tudo o que fazemos é nossa obrigação! Ao mesmo tempo que dizem que o jantar não presta, dizem-nos que andamos aborrecidas desnecessariamente por ter de o fazer!

Não é isto, afinal, o que todas nós pensamos, mas que dificilmente admitimos?

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Quando a família nos desgasta...

Quando não estamos lá muito contentes com a vida, as forças faltam-nos. Eu, pessoalmente, tenho dias, ou temporadas, um pouco complicadas de digerir. Acho que estou no rescaldo da Páscoa. Tive a casa cheia de gente que veio para ficar durante uma semana. É óbvio que os reencontros familiares são saborosos. Nós vivemos a 300km da família, pelo que quando as visitas aparecem são, naturalmente, para se instalar na minha casa. O que eu daria para ter ou uma casa maior ou uma casinhota, a uma certa distância da minha, para as poder instalar. Mas temos de ser realistas e, obviamente, que não há nenhuma casa nas redondezas para instalar os familiares. Estou completamente desenraizada do meu meio. Sou lisboeta de gema, e vim para aqui por capricho, ou em busca da serenidade do campo, ainda não percebi muito bem.
Há visitas e visitas! Umas que tenho por obrigação por laços de afinidade, e outras que me dão realmente prazer receber. Tenho uma familiar que só gosta de se sentar e comer, e que não contribui em nada com as despesas. Pior, acha que é um atrevimento da minha parte pedir uma contribuição. Afinal, vivo com um rendimentos de 450 euros por mês, e ter 5 ou 6 pessoas a comer não é a coisa mais fácil do mundo! Principalmente se a visita dura uma semana ou mais.
E não me quedo por aqui, pois trabalho que nem uma escrava! Tenho a casa toda para arrumar e duas refeições mais pequeno-almoço para preparar durante esses dias todos. Acho que quando a família se junta todos devemos contribuir com uma quota parte para não sobrecarregar a dona da casa.
Se durante o resto do ano sinto que perco demasiado tempo com a casa, quando podia estar a fazer coisas mais prazerosas, nessas semanas, até os duches são tomados a correr.
Sim, este post é um desabafo. Desabafo de quem não está nos seus melhores dias. Desabafo de uma mulher que tem a doença bipolar e que não consegue resistir lá muito bem ao desvio da sua rotina.
Como diz a minha Mãe, e muito sabiamente, "as visitas são como o peixe fresco, mais de três dias cheiram mal"! Mas há gente que não se manca, mesmo!
Como estou na ressaca da Páscoa, estou obsessivamente a ser dominada por pensamentos altamente derrotistas em relação ao meu papel dentro desta família. Detesto dependências psicológicas e afetivas. Sempre agi com muita independência e não suportaria ser uma adulta dependente de outra pessoa.
A verdade é que cá por casa, o problema é complicado, não tem fim e é endémico. Não aspiro a ser a mãe perfeita, não as há. Mas aspiro a fazer do meu Filho um homem independente. Não falo de independência económica, pois os tempos estão difíceis e nunca se sabe o dia de amanhã. Falo de independência afetiva. Não quero que o meu menino se torne alguém incapaz de levar a sua vida para a frente por se sentir preso a mim. Fomento o mais possível a sua autonomia dentro daquilo que é possível quando falamos de uma criança que ainda não tem três anos.
Não sou daquelas que ficam perversamente à porta da sala do infantário à espera de o ver chorar com a nossa separação. Conheço quem faça sofrer os filhos só pelo prazer de os sentir dependentes. Claro que acredito que tais comportamentos não sejam 100% conscientes. Mas aí reside o cerne da questão: de quando em vez, há que parar para pensar nas pessoas que nos rodeiam. Há pessoas que teimam em manter os seus comportamentos, pura e simplesmente, por egoísmo ou egocentrismo, não sei.
Empatia, a capacidade de saber como agradar as pessoas que nos rodeiam, não só nos torna mais felizes com também torna mais felizes as pessoas à nossa volta.
Não sou a generosa e a simpatia em pessoa, mas pelo menos tenho uma atitude mais humana e saudável com o mundo que me rodeia. Não suporto a lamechice alheia, cujo único objetivo é centrar os outros na nossa pessoa. Sou alguém que, por ter enterrado um Irmão e o Pai precocemente até poderia ter desculpa para lamechice. Mas não é do meu feitio.
Já estou um pouco perdida nas minhas considerações. Escrevo para fazer desaguar um certo ódio que há em mim, por alguém que considero causar mal estar em mim e na minha família. Ai, relações familiares a quanto obrigam...
Neste preciso momento sinto que o meu mundo está viradíssimo do avesso. Sei que é a minha neurose a falar. Mas também acho que tenho uma certa razão para não estar feliz e contente!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Lidar com os avós dos nossos filhos

Casa cheia na Páscoa! Um pequenote rodeado de muitos mimos dos avós, foi o grande destaque. Moramos muito longe da família, pelo que as raras vezes que os avós estão com o neto é, sem dúvida alguma, para o mimar. Mimo, muito mimo!
Como mãe, procuro ser o mais assertiva possível para lhe transmitir essa assertividade. Procuro desenvolver-lhe a autonomia e ensiná-lo a debater-se com os seus pequenos dilemas. No que a isto diz respeito, os avós só aparecem para estragar o trabalho. Não posso dizer que me oponho, mas também não posso dizer que gosto. Assim, considero que tolero com mais ou menos paciência, com mais ou menos contenção.
Pessoalmente sou alguém que não tem pruridos em dizer: "na minha casa mando eu!" Isto, dá-me fama de mandona, de rígida, mas também de alguém que sabe o que quer para si e para os seus.
Ter os avós em casa nem sempre é fácil para nós, mães. aqui vão algumas considerações acerca deste encontro imediato do terceiro grau:

- Por norma, não sei bem explicar porquê, os avós gostam de encher o netos de comida: chocolates, bolos, etc.. Pessoalmente considero isso um péssimo hábito. Penso que é uma questão de darem prazer a si próprios de forma bastante egoísta. Ora vejamos: todos sabemos que doces fazem mal, não se devem comer antes da refeição e estragam os dentes. Disto ninguém dúvida! Mas, porque raio os avós não percebem isto? É aqui que entra a minha faceta franca e honesta. Considero que fazem isto a pensar na sua própria satisfação ao verem o prazer que os netos têm, independentemente das consequências que possam advir para a sua saúde. Por isso, minhas amigas, ponham ordem na coisa e não permitam que os vossos filhos se tornem macaquinhos do zoo que se fazem aproximar ao cheiro dos amendoins.

- Outro dito que eu pessoalmente detesto é o que nos diz que os pais educam e os avós deseducam. Considero isto verdadeiramente aberrante!! Passo a explicar porquê: as crianças de dois ou menos anos sabem que podem ou não fazer determinada coisa. O que não conseguem compreender é porque motivo podem fazer as coisas e noutras alturas já não podem. Consistência, em educação, é a palavra de ordem! Não se pode dizer que sim e que não ao mesmo tempo. Se pararmos para pensar, nós, adultos, não queremos uma resposta de sim numa ocasião e de não numa outra ocasião, quando nos referimos à mesmíssima coisa. Por seu lado, as crianças ficam altamente baralhadas com a ideia do sim e do não ao mesmo tempo. Tal, apenas contribui para gerar inseguranças. É de tenra idade que se definem a esmagadora maioria dos traços da personalidade. Queremos adultos seguros de si e com capacidade para avaliar as situações e fazerem as suas opções. O diz que não, mas faz que sim, pode ser muito prejudicial. Em termos concretos, é importante que os avós sigam à risca as nossas instruções e que não interfiram nas normas de conduta que estabelecemos para os nossos filhos.

- Outra das coisas que não suporto é o tipo de chantagem psicológica, inconsciente ou não, que se exerce sobre as crianças. Um comportamento muito típico das avozinhas (mais destas dos que dos avós homens) é perguntar aos netinhos - gostas da avó? Isto acarreta alguns riscos. Um deles é pouco grave e até nos solta uma risadinha, que é a possibilidade de a criança responder a isto negativamente - não, não gosto. Mas isto é o menos, quem não quer, não se ponha a jeito, como se costuma dizer. Agora vejam como seria se nós, mães, estivéssemos constantemente a perguntar aos nosso filhos se eles gostam de nós. Pois é absurdo. Uma criança que é questionada sobre isto, facilmente põe em dúvida o próprio sentimento da avó para consigo. É mais ou menos isto: Se ela me pergunta se gosto dela é porque se calhar ela não gosta de mim. Bem, isto gera tanta confusão na cabeça da criança como aquela que eu estou para aqui a fazer

- É importante não deixar ir as avós ao infantário deixar os netos. Estas, por norma, tendem a prolongar a despedida, o que faz com que a criança sofra com a separação. Como se tal não bastasse, estas, têm a péssima tendência de interferir nas relações dos netos com outros meninos. Se o coleguinha lhe tira o triciclo, esta tende a ir tirar os respetivos despiques. Não é necessário mencionar que a criança deve aprender a lidar com os seus comportamentos e os dos outros.

Importa deixar mais duas ideias no ar:

- Muitos destes comportamentos só terminam de uma maneira - no sofrimento da criança. Nenhuma mãe quer isso.

- Não sou daquelas que acha que os avós só servem para fazer asneiras. Pois sei de experiência feita que, felizmente, existem avós conscientes do seu papel na família, e principalmente da sua importância como avós.

Para terminar sigo dizendo que existem avós que, querendo substituir-se às mães, adotam comportamentos perfeitamente perversos. Pessoalmente já assisti a dizerem ao meu Filho se queriam mamar no seu peito!! Tais atitudes podem marcar indelevelmente a relação que se pode vir a construir entre netos e avós. Fomentarem que os netos lhes chamem mães é outra das muitas perversidades a que já assisti!

Sou, muitas vezes acusada de ser exagerada, mas face a determinados comportamentos exagerados, não posso ter senão uma atitude exagerada. Este post, querendo ser de dicas sinceras e úteis, acabou tornando-se um desabafo.


sábado, 19 de abril de 2014

Domingo de Páscoa



Não sou lá muito religiosa, mas tradição familiar é tradição familiar! Gosto muito destes pequenos momentos passados em família, de roda de uma mesa recheada de comidas a preceito. Mas nem tudo é tão idílico...

A minha casa fica bastante longe de Lisboa, pelo que terei de receber as duas avós. Isto inclui estadia, claro está! Aí está o cerne da questão. A casa, é minúscula e o sofá sobra sempre para alguém! Por outro lado terei de confecionar as refeições todas, e não unicamente a da Páscoa. Terei de fazer almoço e jantar durante uma semana.

Elaborar menus, nestas alturas, é mais importante do que nunca. Claro que a arrumação da casa, ou melhor, a desarrumação, não pode ser para mim uma fonte de stress. Naturalmente que não pedirei às visitas que deixem tudo muito arrumadinho, pois essa decisão cabe à consciência de cada um. Por isso, foi fingir que não vejo e fazer apenas o que considero essencial.

Quanto ao meu Filho, não posso permitir que se alterem as suas rotinas só porque as avós estão cá. Na hora da sesta, é mesmo para dormir! Na hora de ir para a creche, é mesmo para ir! E assim por diante. Não se pode retirar às crianças o seu equilíbrio e bem estar para o prazer das avós. Nestas coisas sou muito inflexível. Sou professora de formação e acho que me entendo bem com as minhas pedagogias. O meu Filho é muito comportadinho e assertivo, e apenas tem dois anitos!

Voltando à questão da divisão das despesas, tal é válido para tudo. Se se quer dar uma volta maior todos temos obrigação de contribuir para a gasolina. Se cada um der 5 euros, já perfaz 20 euros de gasolina, o que dá para uma grande volta.



Segue-se uma listinha de coisas a cumprir religiosamente:

- Dividir despesas! Este ano fui inflexível nesse aspeto. Ou se contribui ou não se aparece. Mal temos para nós!

- Delegar tarefas.

- Aproveitar os poucos momentos em que estou sozinha para relaxar.

- Aproveitar a presença das avós para ir dar uma voltinha a sós com o Marido.

- Não deixar ninguém entrar na cozinha, enquanto eu lá estiver, sem a minha autorização.

- Ditar bem as regras quanto aos procedimentos a ter, quanto ao meu Filho. (Não posso educá-lo de uma maneira e permitir que uma semana estrague meses de trabalho árduo!)

Bem, estas regras podem parecer um pouco rigorosas, mas eu sou mesmo assim, há coisas de que não abdico. Uma dessas coisas é não permitir que as visitas me provoquem stress.

Para terminar, vos digo que desde muito nova que aprendi a não sobrepor o prazer dos outros ao meu equilíbrio. Sou daquelas pessoa que, embora muito compreensiva e respeitadora, consigo dizer NÃO!

Postas as cartas na mesa, só me resta desejar a mim mesma e aos meus, uma Páscoa feliz! E a todas aquelas que me quiserem ouvir!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Vamos começar...

Após uns meses de readaptação a uma nova vida, resolvi fazer um pequeno blog acerca do meu dia-a-dia. Desde a forma como conto os tostões para viver até às minhas desventuras com arrumações, roupa e comida, passando pela minha pseudo-horta, este será um espaço de reflexão para mim e para quem me quiser ler.

Não sou o protótipo da arrumadinha, nem da organizadinha. Estou mais no patamar contrário. Por vezes o meu esmero é logo abatido por um furacão chamado Marido&Filho. Quando penso que terminei as minhas tarefas e que tudo está no sítio certo, eis que...lá vem alguém do agregado e desarruma qualquer coisinha.

Consciente desta minha grande falha faço dos meus dias uma batalha para me limar. Pois tenho a mais clara noção de que uma casa arrumada, limpa e organizada é caminho andado para o bem-estar da família.

Moramos no campo, numa pequena quinta. Somos da cidade, mas por vicissitudes da vida rumámos ao campo e recomeçámos a vida com um filho nos braços, para criar e muito poucos recursos.
Hoje, volvido um ano, o balanço é muito positivo por vários motivos:

- Aprendemos a viver com muito pouco e a gastar o dinheiro naquilo que é necessário e não supérfluo.

- Aprendemos que a felicidade está em casa.

- Aprendemos que uma carreira de sucesso não é o mote da nossa felicidade.

- Aprendemos que acompanhar o crescimento do nosso filho é mais importante do que as fortunas que se conseguem levar para casa.

- Aprendemos que a paz do campo é mais saudável do que o frenesim glamoroso da cidade.

- Aprendemos a apreciar o silêncio.

- Aprendemos a viver sem televisão, o que torna os nossos dias maiores.

Mas também aprendemos a distinguir uma osga de um lagarto!

Este espaço ajudar-me-á em algo que para mim é muitíssimo complicado: manter a ordem cá em casa!
Não posso dizer que sou o cúmulo da desordem, pois na papelada até me esmero bastante. Quanto à casa também me parece haver casos piores. Mas como se costuma dizer: com o mal dos outros posso eu bem...

Assim, neste bolg coloco algumas das minhas aspirações:

- Cumprir as listas que elaborar;
- Arranjar estragemas que me permitam manter a minha casa em ordem;
- Estabelecer uma rotina e disciplina diárias;
- Organizar a manutenção da horta;
- Ter tempo de qualidade para a família;
- Reorganizar os meus estudos;
- Estabelecer as minhas metas;
- Ter maior qualidade de vida;
- Gerir melhor o orçamento mensal...

Sei que muitas, mas muitas vezes me sentirei (en)fada(da) do lar!!!

À tua, blog!