sábado, 10 de maio de 2014

Pulga elétrica vs minhoca

 
Ou estou com a corda toda, ou pareço uma minhoca a arrastar-me por aí! Claro que de quando em vez, nem mar, nem terra...
De momento, estou na metamorfose da pulga para minhoca! A safa é que, para a semana, vou ao técnico da carola, para ver se ela me deixa mais bem vista.

Será do calor? Será do tédio? Será falta de passeata? Penso que é um pouco de tudo e de nada...

Por norma, gosto de acordar quando toda a malta ainda dorme. É uma forma de ter algum tempo para mim. Quando o miúdo acorda, é para esquecer, acaba-se a folga. Quando não tenho energia para me dar este tempinho, ou seja, quando não consigo alvorar, começo a aperceber-me que estou a entrar na tal metamorfose.
Para mim, é muito desanimador saber que estou prestes a tornar-me numa minhoca ambulante. Ambulante porque se arrasta por aí, sem norte e cheia de dores no corpo.

A perturbação bipolar tem destas coisas. Antigamente chamavam-lhe psicose maníaco-depressiva, quanto a mim, esta nova designação não passa de um eufemismo! É mesmo assim, ora se está em alta, ora muito pelo fundo do poço. Tenho momentos bons, certamente. A isso devo uma constante medicação e acompanhamento médico. Por vezes é frustrante saber que a falha das tomas pode dar cabo de mim (o que já aconteceu no passado). Não porque me esqueça delas, simplesmente quando passei pela fase da revolta achava que não podia estar presa a medicamentos para o resto dos meus dias. Rapidamente passei dessa fase ao conformismo absoluto e daí ao esquecimento desta maleita. Isto é, hoje vivo uma vida dita normal, e só quando as crises aparecem é que me lembro que sou assim e ponto final. Não ando obcecada com isto, como já andei. O Marido até costuma dizer (quando me vê doente) que é apenas um parafuso desapertado! 

Infelizmente, vivemos numa sociedade em que as doenças mentais, ou mesmos as idas ao psiquiatra, ou são de gente doida ou de quem não tem mais nada com que se preocupar. Pessoalmente não considero que esta seja uma forma sensata de encarar as pessoas que têm algum tipo de problema desta género. Acho que nós, se não estivermos numa fase muito aguda da doença, somos tão ou mais capazes de enfrentar a vida e o mundo, do que muita gente que por aí anda.

Costumo dizer também que o melhor é não tecer comentários a este nível, pois não sabemos o que o futuro nos reserva, nem para nós, nem para os nossos filhos, e quem cospe para o ar...

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