terça-feira, 15 de setembro de 2015

Tristezas não pagam dívidas.....

Imagem retirada da internet
 
Diz o velho dito e eu concordo plenamente!
Como qualquer pessoa, tive os meus desaires na vida. Uns mais sofridos e sentidos e outros levados com mais ligeireza. Aprendi com todos eles? Sim! O que não nos mata, torna-nos mais fortes, e a verdade é que a única coisa que nos mata são doenças, acidentes e velhice... Ninguém morre de desgosto, embora se possa deixar vencer pela sua eminência.
Uma coisa eu sei, a vida ensinou-me que a felicidade é uma conquista. Enquanto fiquei presa à minha miserabilidade não consegui ser feliz. Enquanto não me amei a mim própria, não consegui ser feliz. Enquanto não me questionei sobre a importância das pequenas coisas, não consegui ser feliz.
Encontrei a felicidade no dia em que descobri e senti que ela reside nas pequenas coisas da vida. Pequenos gestos, breves palavras e até olhares fugaze podem fazer de mim uma pessoa, a cada segundo, mais feliz. 
Quando era mais jovem, diverti-me e sofri. Diverti-me porque aproveitei as descontrações da vida e a responsabilidade dos estudos. Tinha um objetivo concreto. Pensava que um dia seria isto e aquilo. Acreditava que podia mudar o mundo. Hoje acredito apenas que posso fazer uma pequena diferença, mas que amanhã ele estará exatamente igual. Sofri porque dava demasiada importância a coisas banais, mas que na altura pareciam vitais. Por vicissitudes da vida, aprendi, num repente, que há que relativizar. Afinal, a única coisa que não tem remédio é a morte que nos leva aqueles que mais amamos. Posso até ousar dizer que, assim, começou a minha aventura no caminho da felicidade.
Hoje, sem me ter tornado aquilo que um dia sonhei para mim, com encargos que jamais pensei ter e com um estado que nunca pensei vir a viver sou, finalmente, uma mulher feliz.
O que numa primeira análise pode ser paradoxo, não poderia fazer mais sentido. Foi quando me apercebi que a vida não são anos ou mesmo meses, a vida são todos os segundos que passam da nossa existência tão efémera... Foi aí que abri os olhos para um outro mundo, para uma outra maneira de estar no mundo e de encarar a vida.
Hoje, casada, mãe, matrona e dona de casa, no meio desta existência aparentemente monótona, não poderia estar e ser mais feliz.
Afinal, tristezas não pagam dívidas...
 
 

sábado, 5 de setembro de 2015

Recomeçar

 
Imagem retirada da internet

Para mim, o ano começa em Setembro. Sim! Sou como os miúdos da escola. Toda a minha vida recomecei o ram-ram em Setembro. Recomeçar - adoro esta palavra!
Recomeçar qualquer coisa, seja ela qual for, significa esperança. Quando tenho ânimo para retomar qualquer tarefa deixada pelo caminho, sinto o fulgor de uma nova vida dentro de mim. De cada vez que me proponho recomeçar seja o que for, ressurjo com um novo vigor.
Recomeçar, quer do ponto de vista prático, quer do ponto de vista espiritual, significa uma lufada de ar fresco na minha alma. Se por um lado, em termos vivenciais me vi forçada a renascer de determinadas pequenas tragédias da vida; por outro, sempre que muda o ciclo, gosto de me reorganizar.

Em tempos idos, Setembro, significava retorno das aulas (quer como estudante, quer como docente). Era necessário inventariar material e comprar o que estava em falta. Ao mesmo tempo, auguravam-se novas amizades, novos acontecimentos, novos conhecimentos, etc.

Hoje, longe dos tempos de escola, continuo a manter a tradição do mês de Setembro. Apesar deste mês ter cheiro a morte e a luto, entusiasmo-me sempre muito nesta altura do ano. Tenho sempre muito que fazer!

- O mês é mais ou menos coincidente com o final dos tempos de Verão. Começam a aparecer as primeiras gotas de água, algumas piscinas fecham as portas, as praias fluviais deixam de ser vigiadas, o calor escaldante dá lugar a uma brisa fresca e os dias começam a encurtar. Tal qual os ursos que se preparam para a hibernação, também eu me começo a preparar para o longo e frio Inverno na Serra.

- É também altura de resoluções. Este mês assinala uma das maiores conquistas sobre mim própria. fará dentro de dias, um ano que eu deixei de fumar. Após longos anos deste vício parvo, consegui e tive a coragem de acender um cigarro para apaga-lo em seguida e nunca mais lhe tocar. A guerra ainda não está ganha, mas diariamente vou ganhando pequenas batalhas, resistindo a cair em tentação.

- Curiosamente o meu Filho, nasceu neste mês. Digo curiosamente porque o planei para nascer no início do Verão, no entanto, essa gravidez não teve sucesso, pelo que aconteceu um pouco mais tarde. Afirmo, hoje em paz com o sucedido, que se fechou uma janela mas se abriu uma grade porta, que é a alegria de ver crescer o meu Filhote.

- Setembro é também o mês das arrumações sazonais cá por casa. E como eu adoro esse acontecimento! Normalmente dou a volta à casa toda, e estabeleço para mim mesma que estas arrumações têm de estar concluídas no final do mês. Assim se vai preparando o Inverno...

- Este ano, a horta foi muito produtiva. Já estamos estabelecidos por cá, e estes dois últimos anos ensinaram-nos muito sobre os assuntos da horta. Continuamos a ser uns novatos, mas, ainda assim, já sabemos mais qualquer coisa do que quando aqui chegámos. Resultado: abundância de algumas culturas. Torna-se então necessário proceder à confeção de algumas conservas. Compotas, picles e chutneys estão a ser elaborados numa grande azáfama, numa tentativa de aproveitar tudo o que a terra nos deu.

Desta feita, antevendo a perspetiva de dias chuvosos e pouco solarengos, aproveito o entusiasmo destes resquícios de Verão, para acolher a chegada da nova Estação!