quarta-feira, 21 de maio de 2014

De visita à Cidade

 

Roupinha catita e malas feitas, lá vou eu, no comboio das 7.30, rumo à Cidade Grande! À boa maneira citadina, lá enfrento três horas de viagem com muita impaciência. Com ganas de rever a minha mãe e o sítio que me viu nascer, vou vislumbrando a paisagem que se torna menos bela, à medida que se vai rumando a sul. Os belos barrocos e as montanhas verdejantes vão dando lugar a aglomerados de prédios e vivendas. Mas enfim... lá chego!
Com pé em terra firme, confesso que senti uma certa tonturazita no meio de tanta gente. Lembro-me de quando era miúda e ia de férias por um mês para a Caparica (que na altura era uma aldeola), ao chegar a Lisboa, direta para o autocarro, me sentia meia zonza.

Mas, retomando o fio desta meada... lá chego e reencontro a minha mãe com um ramo de gerberas grenás (a minha flor favorita). Rumamos de imediato à Costa da Caparica, queria muito ver o mar (as cinzas dos meus entes queridos jazem aí). Depois, adivinhem, restaurante japonês com ela! As iguarias exóticas são um dos meus grandes prazeres, e por cá, por terras da Serra são praticamente inexistentes.

Tinha saudades da baixa lisboeta, por isso, não poderia visitar Lisboa sem por lá passar. Incrível como está tudo na mesmíssima. Toneladas e toneladas de gente em caminhada com destino e sempre com muita pressa de chegar. O que talvez tenha mudado é o facto de se ver quase toda a malta agarrada ao telemóvel. Penso que, há uns tempos atrás, não se via tal fenómeno em massa.

Depois desta visita, que apesar de tudo, me deixou com vontade de regressar, rumei a Alvalade, um pouco mais calma, mas ainda assim, estonteante para o meu ritmo novo de vida. Lá tratei daquilo que tinha a tratar e finalmente o destino foi a casa que me viu crescer.

Como tudo mudou, de uma casa com um quarto para cada irmão, já não resta senão um quartito para me receber quando estou de visita. O meu quarto virou escritório, já pouco reconheço das salas mas a cozinha mantem-se igual a ela própria, como sempre foi. Apenas os lugares de alguns objetos foram trocados, e utensílios novos que se foram adquirindo. Dos meus tempos de menina, nada resta, como aliás se reduziu a minha família. Éramos quatro, somos duas...

Passei uma noite descansada, apesar dos barulhos da incessante estrada cujo corrupio não para, quer de dia, quer de noite. Na mala trago apenas uma certa nostalgia daquilo que fui e já não sou, daquilo que queria e já não quero...

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