sexta-feira, 25 de abril de 2014

Lidar com os avós dos nossos filhos

Casa cheia na Páscoa! Um pequenote rodeado de muitos mimos dos avós, foi o grande destaque. Moramos muito longe da família, pelo que as raras vezes que os avós estão com o neto é, sem dúvida alguma, para o mimar. Mimo, muito mimo!
Como mãe, procuro ser o mais assertiva possível para lhe transmitir essa assertividade. Procuro desenvolver-lhe a autonomia e ensiná-lo a debater-se com os seus pequenos dilemas. No que a isto diz respeito, os avós só aparecem para estragar o trabalho. Não posso dizer que me oponho, mas também não posso dizer que gosto. Assim, considero que tolero com mais ou menos paciência, com mais ou menos contenção.
Pessoalmente sou alguém que não tem pruridos em dizer: "na minha casa mando eu!" Isto, dá-me fama de mandona, de rígida, mas também de alguém que sabe o que quer para si e para os seus.
Ter os avós em casa nem sempre é fácil para nós, mães. aqui vão algumas considerações acerca deste encontro imediato do terceiro grau:

- Por norma, não sei bem explicar porquê, os avós gostam de encher o netos de comida: chocolates, bolos, etc.. Pessoalmente considero isso um péssimo hábito. Penso que é uma questão de darem prazer a si próprios de forma bastante egoísta. Ora vejamos: todos sabemos que doces fazem mal, não se devem comer antes da refeição e estragam os dentes. Disto ninguém dúvida! Mas, porque raio os avós não percebem isto? É aqui que entra a minha faceta franca e honesta. Considero que fazem isto a pensar na sua própria satisfação ao verem o prazer que os netos têm, independentemente das consequências que possam advir para a sua saúde. Por isso, minhas amigas, ponham ordem na coisa e não permitam que os vossos filhos se tornem macaquinhos do zoo que se fazem aproximar ao cheiro dos amendoins.

- Outro dito que eu pessoalmente detesto é o que nos diz que os pais educam e os avós deseducam. Considero isto verdadeiramente aberrante!! Passo a explicar porquê: as crianças de dois ou menos anos sabem que podem ou não fazer determinada coisa. O que não conseguem compreender é porque motivo podem fazer as coisas e noutras alturas já não podem. Consistência, em educação, é a palavra de ordem! Não se pode dizer que sim e que não ao mesmo tempo. Se pararmos para pensar, nós, adultos, não queremos uma resposta de sim numa ocasião e de não numa outra ocasião, quando nos referimos à mesmíssima coisa. Por seu lado, as crianças ficam altamente baralhadas com a ideia do sim e do não ao mesmo tempo. Tal, apenas contribui para gerar inseguranças. É de tenra idade que se definem a esmagadora maioria dos traços da personalidade. Queremos adultos seguros de si e com capacidade para avaliar as situações e fazerem as suas opções. O diz que não, mas faz que sim, pode ser muito prejudicial. Em termos concretos, é importante que os avós sigam à risca as nossas instruções e que não interfiram nas normas de conduta que estabelecemos para os nossos filhos.

- Outra das coisas que não suporto é o tipo de chantagem psicológica, inconsciente ou não, que se exerce sobre as crianças. Um comportamento muito típico das avozinhas (mais destas dos que dos avós homens) é perguntar aos netinhos - gostas da avó? Isto acarreta alguns riscos. Um deles é pouco grave e até nos solta uma risadinha, que é a possibilidade de a criança responder a isto negativamente - não, não gosto. Mas isto é o menos, quem não quer, não se ponha a jeito, como se costuma dizer. Agora vejam como seria se nós, mães, estivéssemos constantemente a perguntar aos nosso filhos se eles gostam de nós. Pois é absurdo. Uma criança que é questionada sobre isto, facilmente põe em dúvida o próprio sentimento da avó para consigo. É mais ou menos isto: Se ela me pergunta se gosto dela é porque se calhar ela não gosta de mim. Bem, isto gera tanta confusão na cabeça da criança como aquela que eu estou para aqui a fazer

- É importante não deixar ir as avós ao infantário deixar os netos. Estas, por norma, tendem a prolongar a despedida, o que faz com que a criança sofra com a separação. Como se tal não bastasse, estas, têm a péssima tendência de interferir nas relações dos netos com outros meninos. Se o coleguinha lhe tira o triciclo, esta tende a ir tirar os respetivos despiques. Não é necessário mencionar que a criança deve aprender a lidar com os seus comportamentos e os dos outros.

Importa deixar mais duas ideias no ar:

- Muitos destes comportamentos só terminam de uma maneira - no sofrimento da criança. Nenhuma mãe quer isso.

- Não sou daquelas que acha que os avós só servem para fazer asneiras. Pois sei de experiência feita que, felizmente, existem avós conscientes do seu papel na família, e principalmente da sua importância como avós.

Para terminar sigo dizendo que existem avós que, querendo substituir-se às mães, adotam comportamentos perfeitamente perversos. Pessoalmente já assisti a dizerem ao meu Filho se queriam mamar no seu peito!! Tais atitudes podem marcar indelevelmente a relação que se pode vir a construir entre netos e avós. Fomentarem que os netos lhes chamem mães é outra das muitas perversidades a que já assisti!

Sou, muitas vezes acusada de ser exagerada, mas face a determinados comportamentos exagerados, não posso ter senão uma atitude exagerada. Este post, querendo ser de dicas sinceras e úteis, acabou tornando-se um desabafo.


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