quarta-feira, 30 de março de 2016

Fazendo o balanço de mais uma Páscoa...


Imagem retirada da internet
 
Quem já perdeu muito, valoriza o pouco que tem. Quem me tira uma ocasião de reunir a família em torno de uma mesa, tira-me tudo! Adoro as festividades a que há uns anos atrás não dava qualquer valor. Não dava, porque tinha a família como uma garantia. Não dava, porque na rebeldia da juventude, achava que a família não era uma escolha. Não dava porque, no meu pedantismo, achava que poderia passar melhor sem ela, e mais um sem número de não dava... Acho que, à sua maneira, todos nós acabamos por não dar, ou dar pouco valor ao que temos.
Não sou exceção! Por vezes sinto-me vazia, esquecendo que tenho um filho resplandecente de saúde. Por vezes sinto-me desanimada, esquecendo que ainda vou conseguindo por comida na mesa, etc, etc... Ainda assim, felizmente, nos meus momentos saudáveis, estou feliz e realizada com a vida que levo.
Posto isto, o balanço de mais uma época festiva não poderia ser mais positivo. A avó Elsa compareceu com uma mão-cheia de presentes de Páscoa, e, conforme prometido, teve direito a churrascada. Apesar de valorizarmos estes momentos, já não temos convenção. Este ano a minha Mãe vinha com vontade de churrasco, e, como o tempo esteve de feição, porque não?? Mesa farta, folar típico das Beiras (que não é o meu, mas que adotei como meu), regueifa e filhós com calda de açúcar e limão. Lá se foram duras semanas de dieta, mas que mais tarde se compensam. Magreza não é tudo na vida!
Neste momento, estou ainda em modo de Páscoa, comendo os resquícios do banquete, com o miúdo em casa, de férias. Na próxima segunda-feira é que é! Retomam-se as rotinas, a escola, a bicicleta, a dieta, os projetos.
A Avó Elsa partiu, não com mãos vazias, desde nabiças a batatas, passando pelo azeite, levou um pouco de tudo que a terra tem para dar. Esperada ansiosamente pela vizinhança, sequiosa de novidades da cidade, aguardando expectante as prendas com que as costuma bafejar, lá se foram passando mais uns dias, embora poucos, pois os deveres da urbe, infelizmente, roubam-me à minha Mãe. A hora da partida, não sendo comovente, deixa sempre a sensação de que poderiam ter sido mais uns dias.
Com a casa ainda de pernas para o ar, anseio a chegada da nova semana para colocar a vida em dia. Desejo, mais do que tudo, voltar à minha paz, dedicar-me às minhas coisas, a mim, e à família. Está na altura de começar a pensar na chegada da Primavera. Não da oficial, pois essa já chegou, mas da climatericamente real! Nova revolução cá por casa, em que se desempoeiram umas coisas, se arquivam outras e em que, timidamente, as cores garridas retornam a invadir o guarda-roupa.
Ciclicamente tudo se repete... procura-se acima de tudo, fazer do amanhã, melhor que o ontem. Esta Páscoa foi, sem dúvida, muito boa!

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